Número de trabalhadores no Brasil bate recorde e é o maior desde 2012
De acordo com IBGE, crescimento ocorreu tanto entre pessoas com carteira assinada como entre informais. Desemprego ficou estável em abril
atualizado
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A taxa de desemprego do Brasil foi de 7,5% no trimestre entre fevereiro e abril. O número representa o menor nível de desocupação para esse período registrado desde 2014, quando o indicador ficou em 7,2%. É isso o que mostra a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua divulgada nesta quarta-feira (29/5) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Os 7,5% do trimestre encerrado em abril não indicam uma variação estatisticamente significativa frente ao trimestre encerrado em janeiro de 2024, quando o número ficou em 7,6%. O percentual, contudo, representou uma queda em relação aos 8,5% registrados no mesmo trimestre de 2023.
A população desocupada, ou seja, a parcela que não trabalhava e estava em busca de uma ocupação, ficou em 8,2 milhões, sem variação significativa na comparação trimestral, mas com redução de 9,7% (menos 882 mil desocupados) ante o mesmo trimestre móvel de 2023.
Para Adriana Beringuy, coordenadora de Pesquisas Domiciliares do IBGE, “a estabilização da desocupação se deve, principalmente, à redução das perdas do comércio, observadas no primeiro trimestre do ano, e ao “retorno da ocupação no segmento da educação básica pública no ensino fundamental”.
Recordes
A Pnad Contínua também mostra que a população ocupada chegou a 100,8 milhões. Mesmo sem variação significativa no trimestre, esse contingente cresceu 2,8% na comparação anual, o que equivale a mais 2,8 milhões de postos de trabalho frente ao mesmo trimestre móvel de 2023.
Com isso, o número de trabalhadores com carteira assinada chegou a 38,188 milhões, um recorde da série histórica da pesquisa, iniciada em 2012. Da mesma forma, o contingente de trabalhadores sem carteira também foi recorde, chegando a 13,5 milhões.
“A expansão da ocupação, nos últimos trimestres, vem ocorrendo por meio dos empregados, que superaram outras formas de inserção, como a dos trabalhadores por conta própria e os empregadores”, diz Adriana Beringuy. “O conjunto dos empregados no setor privado, com ou sem carteira assinada, é o que mais tem contribuído para o crescimento da população ocupada no país”.
Renda estável
O rendimento médio real das pessoas ocupadas no trimestre encerrado em abril foi de R$ 3.151, sem variação significativa no trimestre e com alta de 4,7% na comparação anual. Com isso, a massa de rendimentos, que é a soma das remunerações de todos os trabalhadores do país, chegou a R$ 313,1 bilhões, novo recorde da série histórica, mostrando estabilidade no trimestre e subindo 7,9% ante o mesmo período de 2023.
Segundo a analista do IBGE, no trimestre encerrado em abril “a massa de rendimento se manteve em patamar elevado, seja porque houve variação positiva da população ocupada em alguns segmentos, ou pela manutenção do valor do rendimento médio. Com destaque, nesse trimestre específico, para o aumento do rendimento dos empregados no setor privado com carteira de trabalho assinada”.
Na comparação trimestral, o rendimento ficou estável em todos os dez grupamentos de atividade analisados pela Pnad Contínua. Frente ao mesmo trimestre móvel de 2023, houve altas nos rendimentos dos trabalhadores de quatro grupamentos: indústria geral (8,5%), comércio e reparação de veículos (4,6%), transporte, armazenagem e correio (5,7%) e administração pública (4,0%).
O que é a Pnad Contínua
A Pnad Contínua é o principal instrumento para monitoramento da força de trabalho no país. A amostra da pesquisa por trimestre no Brasil corresponde a 211 mil domicílios pesquisados. Cerca de dois mil entrevistadores trabalham na pesquisa, em 26 estados e Distrito Federal, integrados à rede de coleta de mais de 500 agências do IBGE.