Novo conselho da Petrobras tem três nomes barrados por comitê interno
Assembleia de acionistas elegeu oito membros do Conselho de Administração da estatal. Governo federal terá seis dos 11 integrantes do órgão
atualizado
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A Assembleia Geral de Acionistas (AGO) da Petrobras, realizada de forma virtual na quinta-feira (27/4), elegeu oito dos 11 membros do novo Conselho de Administração da companhia. Entre eles, seis nomes estão vinculados ao governo e dois, a investidores minoritários. A União conseguiu aprovar três indicação que haviam sido barradas pelo Comitê de Pessoas (Cope) da estatal: Efrain Cruz, Pietro Mendes e Sérgio Rezende.
Cruz e Mendes atuam em secretarias no Ministério de Minas e Energia (MME), ao qual a Petrobras é subordinada, o que poderia configurar conflitos de interesse. Rezende, ex-ministro de Ciência e Tecnologia de Lula entre 2005 e 2010, é membro do Diretório Nacional do Partido Socialista Brasileiro (PSB).
A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) também havia se manifestado, em abril, pela inelegibilidade de Mendes e Rezende. O Cope, da estatal, não tem o poder de barrar a aprovação dos indicados. Limita-se a fazer recomendações.
Agora, o governo federal ocupará seis das 11 cadeiras do Conselho de Administração da Petrobras. O órgão, entre outras iniciativas, toma decisões estratégicas e aprova os investimentos propostos pela diretoria da estatal. Além disso, pode definir uma nova política de preços de combustíveis e a eventual suspensão da venda de ativos da estatal.
Salários e dividendos
A União fixou em até R$ 44,986 milhões o salário máximo dos altos executivos da empresa. Pela proposta encaminhada pela companhia, essa quantia seria de até R$ 54,261 milhões, o que representaria um aumento de 37,1% em relação ao aprovado pela assembleia do ano passado.
A AGO aprovou ainda o pagamento integral de dividendos relativos ao quarto trimestre de 2022. A decisão libera mais R$ 6,5 bilhões em remuneração aos acionistas, a serem pagos em 27 de dezembro.