Novo arcabouço fiscal e possível queda dos juros impulsionam a Bolsa
A Bolsa de Valores subiu 2% hoje (8/3), com investidores antecipando um possível corte da taxa Selic ainda em 2023 e novas regras fiscais
atualizado
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O Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores brasileira (B3), encerrou a quarta-feira (8/3) em alta de 2,2%, aos 106.540 pontos, perto da máxima diária. Foi o melhor pregão da Bolsa desde meados de fevereiro.
O dia no mercado foi fortemente influenciado pelas expectativas fiscais e de juros. Os investidores seguem atentos à proposta de um novo arcabouço fiscal, promessa do ministro da Fazenda, Fernando Haddad.
A nova regra orçamentária deve ser apresentada ainda em março e substituirá o teto de gastos, que vem sendo descumprido desde 2019. Somente em 2023, há a previsão de despesas da ordem de R$ 200 bilhões acima do teto.
O governo tem prometido reduzir esse “furo” no orçamento com a nova regra fiscal e com aumento da arrecadação. Um exemplo foi o imposto sobre a exportação de petróleo, proposto na semana passada. Embora a medida possa reforçar o caixa, a taxação extra já está sendo questionada na Justiça por empresas do setor.
É possível, no entanto, que Haddad apresente algum desenho do arcabouço orçamentário ainda antes da próxima reunião do Comitê de Política Monetária do Banco Central, prevista para o dia 22 de março. No encontro, o Copom decidirá os rumos da taxa básica de juros, a Selic.
Não há uma expectativa de queda da taxa já na próxima reunião – o cenário mais provável é que a Selic seja mantida em 13,75% ao ano. No entanto, a equipe econômica espera que, diante da nova regra fiscal, o Banco Central sinalize o início do ciclo de queda de juros ainda em 2023.
Foi essa expectativa que também alimentou o a Bolsa no dia. Apenas 7 das 88 ações do Ibovespa registraram queda nesta quarta-feira.
Entre as maiores altas ficaram ações de empresas que dependem de juros mais baixos para crescer. O grupo educacional Yduqs e a empresa de tecnologia Locaweb avançaram 12%. Já entre as poucas quedas do dia estão a SLC Agrícola e a Suzano, empresas exportadoras que sofrem efeitos negativos quando o dólar cai.
Dólar
O dólar encerrou a sessão de hoje (8/3) em queda de 1%, aos R$ 5,14. Na mínima do dia, a moeda americana chegou a ser negociada em R$ 5,10.