Nos EUA, mercado cria 216 mil vagas em dezembro, bem acima do esperado
No mês anterior, Estados Unidos criaram 199 mil postos de trabalho fora do setor agrícola. Desemprego se manteve em 3,7% em dezembro
atualizado
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Os Estados Unidos registraram a criação de 216 mil novas vagas de emprego fora do setor agrícola em dezembro de 2023, segundo dados divulgados nesta sexta-feira (5/1) pelo Departamento do Trabalho do governo americano.
O resultado do chamado “payroll” veio bem acima das expectativas da maioria dos analistas e indica que o mercado de trabalho nos EUA segue resiliente. O consenso Refinitiv, que reúne as principais projeções do mercado, estimava a abertura de 170 mil vagas.
Em novembro, foram gerados 199 mil postos de trabalho no país. Em outubro, foram 150 mil.
Desemprego
Também foi divulgado nesta sexta o índice de desemprego nos EUA, que se manteve em 3,7% em dezembro, mesmo índice do mês anterior.
O resultado veio praticamente em linha com as estimativas do mercado, que eram de 3,8%.
Impacto sobre o Federal Reserve
A força do mercado de trabalho nos EUA é um dos componentes considerados pelo Federal Reserve (Fed, o Banco Central americano) para definir a taxa de juros e esfriar a demanda na economia para combater a inflação.
Analistas temem que uma possível aceleração do mercado de trabalho nos EUA leve a uma demora ainda maior para o Fed iniciar o ciclo de queda da taxa de juros. Nesse sentido, a criação de vagas acima das expectativas é interpretada como uma notícia negativa.
Na última reunião do Comitê de Política Monetária do Fed, a taxa de juros foi mantida no patamar de 5,25% a 5,5% ao ano – a maior em 22 anos.
Na ata do Fed, divulgada nesta semana, os investidores esperavam encontrar “pistas” sobre o que a autoridade monetária americana planeja para os juros em 2024.
O tom foi considerado mais duro e conservador do que se esperava, em uma tentativa da autoridade monetária de conter o otimismo exagerado em relação ao possível início do ciclo de queda da taxa de juros.
A elevação da taxa de juros é o principal instrumento dos bancos centrais para desaquecer a atividade econômica, além de combater a inflação.