No mundo rico, inflação não voltará à meta tão cedo, dizem BCs
Apesar de inflação desacelerando neste ano, presidentes dos bancos centrais afirmam que volta à meta não ocorrerá no curto prazo
atualizado
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Está longe do fim a briga contra a inflação travada pelos países desenvolvidos, na visão das autoridades monetárias locais.
Em fórum organizado pelo Banco Central Europeu (BCE) em Portugal, presidentes dos bancos centrais de Estados Unidos, zona do euro, Reino Unido e Japão afirmaram que a inflação em suas regiões não deve voltar a um patamar baixo no próximo um ano, embora alguma melhoria esteja no radar para o segundo semestre.
Falando da situação nos Estados Unidos, Jerome Powell, o presidente do Federal Reserve, banco central do país, disse nesta quarta-feira (28/6) que a inflação americana não deve voltar à meta de 2% “neste ano ou no próximo”.
Embora tenha subido os juros para o patamar de 5%, Powell afirmou que os EUA têm “longo caminho a percorrer”, diante de um mercado de trabalho ainda aquecido e núcleos de inflação desacelerando mais lentamente.
Na mesma linha, Christine Lagarde, presidente do BCE, disse que a inflação na zona do euro deve melhorar de forma apenas “moderada” no segundo semestre.
Inflação desacelerou, mas ainda não o suficiente
A inflação no mundo desenvolvido bateu recordes em 2022, com preços de energia encarecendo sobretudo diante da guerra na Ucrânia. Antes disso, a inflação já sofria efeitos dos choques de oferta e estímulos fiscais dos governos à demanda diante da pandemia da Covid-19.
Nos EUA e na Europa, a inflação superou 9% no começo de 2022, o maior patamar em 40 anos. Desde então, a alta nos preços desacelerou, impactada pelo aumento nos juros (o chamado “aperto monetário”) promovido pelos bancos centrais.
Apesar disso, o cenário de inflação no mundo rico segue acima do comum. Nos EUA, a inflação está em 4%. Na zona do euro, em torno de 6%. No Reino Unido, que tem o cenário mais difícil na visão de economistas, a inflação continua perto de 8%.