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“Não vejo risco sistêmico”, diz ministro do Turismo sobre 123 Milhas

Celso Sabino disse que investigação conjunta entre os ministérios do Turismo e da Justiça sobre 123 Milhas não tem prazo para ser concluída

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1 de 1 Foto colorida do Ministro do Turismo, Celso Sabino (União-PA) - Metrópoles - Foto: Vinícius Schmidt/Metrópoles

O ministro do Turismo, Celso Sabino, minimizou o impacto da crise envolvendo a agência on-line de viagens 123 Milhas sobre o sistema nacional de passagens aéreas ou o setor de turismo no país.

“Não vejo risco sistêmico. Vejo a análise que está sendo feita no governo em relação à viabilidade e segurança jurídica desse modelo de negócios”, afirmou Sabino, ao participar de uma reunião da Frente Parlamentar do Empreendedorismo (FPE), na terça-feira (22/8).

Segundo o ministro, o governo federal está tomando as medidas necessárias para apurar o caso. Sabino ponderou, no entanto, que a investigação conjunta entre os ministérios do Turismo e da Justiça não tem prazo para ser concluída.

Para o ministro do Turismo, a investigação pode, eventualmente, concluir que o modelo de negócio da 123 Milhas é viável e que houve um problema pontual ou que ele não garante segurança aos consumidores.

“Nessa segunda hipótese, o governo vai tomar providências em parceria com o Congresso Nacional para que nós possamos coibir práticas que possam prejudicar o consumidor”, afirmou Sabino.

A 123 Milhas suspendeu a emissão de passagens e a venda de pacotes promocionais com embarques previstos para o período entre setembro e dezembro deste ano deixou clientes à deriva.

A medida afetou viagens vinculadas à linha Promo, que corresponde a 7% dos embarques da companhia em 2023. Segundo a 123 Milhas, a suspensão “deve-se à persistência de fatores econômicos e de mercado adversos”, entre os quais “a alta pressão da demanda por voos, que mantém elevadas as tarifas mesmo em baixa temporada, e a taxa de juros elevada”.

Fundada em 2017, em Belo Horizonte, a 123 Milhas faz a intermediação de compra e venda de milhas aéreas para os clientes. A empresa compra milhas acumuladas que não são usadas pelos clientes dos programas de milhagem das companhias aéreas e as utilizam para emitir passagens, vendendo pacotes ao consumidor final a preços competitivos.

Pelo site da companhia, é possível adquirir passagens de avião e ônibus, pacotes de viagens, diárias em hotéis e aluguel de carros. Em seu e-commerce, a 123 Milhas vende trechos de passagens aéreas que podem ser até 50% mais baratas do que os valores de tabela das companhias.

Como noticiado pelo Metrópoles, o Ministério do Turismo cancelou o cadastro da 123 Milhas no Cadastur, um sistema de cadastro de pessoas físicas e jurídicas que atuam no setor de turismo.

Com a medida, a 123 Milhas fica impedida, por exemplo, a adquirir empréstimo e financiamentos com vantagens para o setor. Além disso, segundo o ministro, esse cadastro permite benefício fiscal concedido através do Programa Emergencial de Retomada do Setor de Eventos (Perse).

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