“Não tem carne nessa história”, diz economista sobre medidas de Haddad
Para Alexandre Schwartzman, propostas anunciadas pela área econômica do governo não garantem redução do déficit público em 2023
atualizado
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Economistas ouvidos pelo Metrópoles reagiram com cautela e ceticismo ao anúncio das medidas econômicas feito na tarde desta quinta-feira (12/1) pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, ao lado das ministras do Planejamento, Simone Tebet, e da Gestão, Esther Dweck.
Para especialistas, o aspecto positivo das propostas foi o fato de a equipe econômica do governo ter fixado uma meta de déficit das contas públicas entre 0,5% e 1% do Produto Interno Bruto (PIB), o total de riquezas produzidas no país em um ano. Hoje, esse rombo está estimado em 2,3% do PIB.
A questão é como chegar a um déficit inferior a 1% com as medidas anunciadas. “Não tem carne nenhuma nessa história”, disse o economista e consultor Alexandre Schwartzman. Para ele, existem possibilidades entre as ações definidas pelos ministros, mas elas são vagas. “Por exemplo, há uma nova estimativa de receita que pode acontecer, como pode não acontecer.”
Por outro lado, André Perfeito, economista-chefe da corretora Necton, ponderou que o caminho escolhido para a redução do déficit é correto. “Provavelmente, parte do mercado vai achar tímidas as medidas uma vez que não tem de fato efeito imediato”, disse. “Mas achei prudente por parte dos ministros essa postura uma vez que a elevação da receita e o corte de despesas será feito de maneira cautelosa”.