Na véspera da superquarta, Bolsa fecha em queda e dólar vai a R$ 4,96
Em dia marcado pela divulgação de dados de inflação no Brasil e nos EUA, Ibovespa caiu 0,4%, aos 126,4 mil pontos. Dólar subiu para R$ 4,96
atualizado
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O Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores do Brasil, encerrou o pregão desta terça-feira (12/12) em baixa, na véspera da chamada “superquarta” – termo usado no mercado financeiro para o dia em que coincidem as divulgações das taxas básicas de juros no Brasil e nos Estados Unidos.
Em um dia marcado pela divulgação dos dados oficiais de inflação de novembro no Brasil e nos EUA, o Ibovespa recuou 0,4%, terminando a sessão aos 126.403,03 pontos. O índice também foi influenciado pela baixa dos papéis da Petrobras, que seguiram o movimento do petróleo no exterior.
No dia anterior, o índice fechou em baixa de 0,14%, aos 126,9 mil pontos. Com o resultado, a Bolsa brasileira acumula perdas de 0,33% em dezembro e ganhos de 15,66% em 2023.
Nesta manhã, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou os dados de inflação de novembro. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação oficial do país, ficou em 0,28%.
O resultado de novembro mostra que a inflação acelerou em relação a outubro, quando foi de 0,24%.
No acumulado de 12 meses, até novembro, a inflação oficial do país foi de 4,68%. No ano, a inflação acumulada é de 4,04%.
O resultado veio praticamente em linha com as estimativas dos analistas. O consenso Refinitiv, que reúne as principais projeções do mercado, previa inflação mensal de 0,3% e, no acumulado de 12 meses, um índice de 4,7%.
Segundo o Conselho Monetário Nacional (CMN), a meta de inflação para este ano é 3,25%. Como há intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo, a meta será cumprida se ficar entre 1,75% e 4,75%.
Segundo economistas e analistas do mercado consultados pelo Metrópoles, o resultado do mês passado não deve mudar o plano de voo do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC), que deve manter o ritmo de cortes da taxa básica de juros em 0,5 ponto percentual.
O anúncio da taxa de juros está previsto para esta quarta-feira (13/12), por volta das 18h30.
Estados Unidos
Nos EUA, a inflação se manteve praticamente estável em novembro. De acordo com dados divulgados pelo Departamento do Trabalho do governo americano, o índice ficou em 3,1%, em relação ao mesmo período do ano passado.
Em outubro, o Índice de Preços ao Consumidor (CPI, na sigla em inglês) havia ficado em 3,2%, ante 3,7% em setembro.
O resultado veio em linha com as estimativas da maioria dos analistas, que eram exatamente de 3,1%.
Já na base mensal, houve uma pequena aceleração em relação a outubro: a inflação americana ficou em 0,1%, ante uma variação nula do mês anterior. A projeção do mercado era a de manutenção do índice nulo (0%).
A inflação nos EUA continua como foco de preocupação do Federal Reserve (Fed, o Banco Central americano), responsável pela definição da taxa básica de juros no país.
O dado de inflação de novembro era aguardado com expectativa pelos investidores porque serve como base para o Fed definir os próximos passos da taxa de juros no país. A elevação dos juros é o principal instrumento dos bancos centrais para controlar a inflação.
Na última reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc) do Fed, os juros básicos foram mantidos no patamar entre 5,25% e 5,5% ao ano, o maior nível em 22 anos. Nas últimas 14 reuniões do Fomc, houve elevação dos juros em 11 e manutenção da taxa em três.
A próxima reunião do Fomc será concluída na quarta-feira, quando a nova taxa de juros será anunciada. A tendência é a de manutenção do índice atual.
Dólar
O dólar, por sua vez, terminou a sessão desta terça em alta. Ao fim do dia, a moeda americana subiu 0,59% e foi negociada a R$ 4,966.
Na véspera, o dólar teve alta de 0,42%, cotado a R$ 4,929. Com o resultado desta terça, acumula ganhos de 1,03% no mês e queda de 5,91% no ano.