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Na Bolsa, primeiros 100 dias de Lula só não foram piores que os de FHC

Segundo levantamento do TradeMap, queda de 8% da Bolsa de Valores nos primeiros 100 dias de mandato de Lula foi a pior desde 1995, sob FHC

atualizado

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1 de 1 Imagem colorida mostra Presidente Luiz Inácio Lula da Silva - Metrópoles - Foto: Vinícius Schmidt/Metrópoles

Para a Bolsa de Valores, os 100 primeiros dias do terceiro mandato de Lula foram de turbulência. O Ibovespa, principal índice do mercado de ações, acumulou desvalorização de 7,2% desde a posse do chefe do executivo. Nem no seu primeiro mandato, em um contexto mais desafiador, o presidente petista enfrentou tal nível de ceticismo dos investidores.

Dados reunidos pelo TradeMap mostram que os primeiros 100 dias de Lula III foram os piores desde o início do primeiro mandato de Fernando Henrique Cardoso. Empossado em 1995, o presidente tucano viu a Bolsa de Valores mergulhar 28% nos 100 dias após a posse.

Nem mesmo a presidente Dilma Rousseff, que subiu a rampa do Planalto pela segunda vez em 2015 em meio a uma eleição disputada nos décimos e em meio à mais profunda crise econômica da história brasileira, teve números tão ruins.

Veja abaixo o desempenho da Bolsa de Valores dos 100 primeiros dias dos últimos presidentes:

Desempenho da Bolsa de Valores nos primeiros 100 dias de mandato de Lula, Bolsonaro, Temer, Dilma e FHC; Fonte: TradeMap

Temperatura local

A temperatura local não é o único fator em jogo. Questões globais também importam, e no caso de Lula têm um peso importante. Nos 100 primeiros dias do novo mandato do atual presidente, por exemplo, houve a queda de dois bancos dos Estados Unidos, no pior episódio para o mercado bancário desde 2008.

Mas contribuiu para o mau humor do mercado os ataques públicos de Lula e de parte da sua base fiel do PT ao presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto. Desde meados de fevereiro, Lula elegeu Campos Neto como o maior responsável pelos juros elevados no país, desconsiderando o histórico de inflação e os riscos fiscais que são calculados diariamente pelos investidores para decidir o custo de emprestar dinheiro para o governo e as empresas do país.

A briga entre o executivo e a autoridade monetária bagunçou as expectativas econômicas. O mercado passou a contar com uma inflação mais alta no médio prazo, acreditando que Lula será mais permissivo com os preços altos para bancar uma política de crescimento maior. O próprio presidente já disse que a meta de inflação “amarra” o crescimento do PIB.

Ironicamente, a consequência de uma inflação maior é a alta dos juros, o que também tem levado os investidores a precificar uma Selic mais elevada no final do terceiro mandato do presidente. Hoje (10/4), em evento para marcar os primeiros dias de governo, Lula reforçou as críticas aos juros elevados, sinalizando que o conflito vai superar os 100 dias de mandato.

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