Musk processa ONG que acusa Twitter de tolerar “discurso de ódio”
Para bilionário, centro que monitora a internet é financiado por concorrentes ou por governos estrangeiros em “apoio a uma agenda oculta”
atualizado
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O bilionário Elon Musk, dono do Twitter, recentemente rebatizado de X.com, encontrou um novo inimigo. Desta vez, ele entrou, na segunda-feira (31/7), com um processo contra o Center for Countering Digital Hate (CCDH, o Centro de Combate ao Ódio Digital), uma organização sem fins lucrativos que monitora o discurso de ódio e a desinformação na internet.
Na ação, que corre no Tribunal Federal de São Francisco, Musk argumenta que a rede social está sendo alvo de “uma campanha de intimidação para afastar anunciantes”, executada pela ONG. No processo, a X Corp., empresa que controla o Twitter, busca reparação por danos financeiros não especificados e uma liminar que impeça o centro de acessar seus dados.
No dia 20 de julho, por meio de carta, a empresa de Musk já havia dito que a ONG vinha fazendo “uma série de afirmações preocupantes e sem fundamento, que par, eciam calculadas para prejudicar o Twitter, em geral, e seu negócio de publicidade digital, especificamente”.
A publicidade do Twitter, observe-se, tem enfrentado dificuldades sob o controle de Musk, que comprou a empresa no fim do ano passado, por US$ 44 bilhões. A receita de anúncios nos Estados Unidos nas cinco semanas entre 1º de abril e a primeira semana de maio foi de US$ 88 milhões, o que representou uma queda de 59% em relação ao ano anterior.
A mesma carta citava uma pesquisa publicada pelo CCDH, em junho, examinando o discurso do Twitter. Em um dos trechos, o levantamento afirmava que a rede social não havia tomado nenhuma providência contra 99% das 100 contas do Twitter Blue que o centro denunciou por “tuitarem ódio”.
A X.corp classificou a pesquisa como “falsa, enganosa ou ambas”. Disse que a organização havia usado uma metodologia inadequada. Acrescentou que o CCDH foi financiado pelos concorrentes do Twitter ou por governos estrangeiros “em apoio a uma agenda oculta”. A ONG negou as acusações.