MPF negocia delação premiada com ex-executivos da Americanas
Informação foi dada pelo procurador José Maria Panoeiro, durante sessão da CPI, que investiga a fraude de R$ 20 bilhões da varejista
atualizado
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O procurador José Maria de Castro Panoeiro, do Ministério Público Federal (MPF) do Rio de Janeiro, afirmou, nesta terça-feira (15/8), que o MPF negocia um acordo de delação premiada com ex-integrantes da cúpula das Americanas. A informação foi dada durante sessão da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), criada na Câmara dos Deputados, que apura a fraude contábil de R$ 20 bilhões da varejista.
Panoeiro não informou quem são os ex-executivos da companhia que podem participar do acordo. Disse ainda que “não tem notícia” de um eventual homologação por parte da Justiça. Afirmou, contudo, que a proposta foi feita pelos próprios ex-funcionários da empresa.
O integrante do MPF acrescentou que estão sendo analisadas eventuais semelhanças entre o caso da Americanas, no Brasil, e um acordo firmado, nos Estados Unidos, pela gigante de alimentos Kraft Heinz e a 3G Capital – a gestora fundada por Jorge Paulo Lemann, Carlos Alberto Sicupira e Marcel Telles. O trio também compõe o grupo de acionistas de referência da varejista brasileira.
A Kraft e o 3G concordaram em fechar um acordo de US$ 450 milhões para encerrar uma ação coletiva, em curso no tribunal do estado de Illinois. O processo acusava a empresa e a 3G, sua acionista de referência, de terem divulgado ao mercado informações que não correspondiam à real situação financeira da companhia.
De acordo com o procurador, os supostos crimes investigados no caso da Americanas incluem associação criminosa, falsidade ideológica, manipulação de mercado e insider trading. Panoeiro observou que as investigações estão num “momento incipiente”.