MPF pede extradição de ex-CEO da Americanas que está na Espanha
Miguel Gutierrez, ex-CEO da Americanas, chegou a ser preso em Madri, em junho. Ele é acusado de participar da fraude bilionária da varejista
atualizado
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O Ministério Público Federal (MPF) pediu à 10ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro a extradição de Miguel Gutierrez (foto em destaque), ex-CEO da Americanas alvo de uma operação da Polícia Federal (PF) por suposto envolvimento na fraude bilionária da varejista.
No pedido, obtido pelo Metrópoles, os procuradores afirmam que a extradição é necessária porque, caso ela não ocorra, Gutierrez poderá ser processado na Espanha, conforme as leis daquele país. O diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues, já havia afirmado, no fim de junho, que o pedido para extradição seria feito.
O processo de extradição passa por um pedido do governo brasileiro que deve ter sua legalidade analisada por autoridades espanholas. Segundo apurou o Metrópoles, há chance razoável de esse pedido ser rejeitado pelo governo espanhol.
Gutierrez chegou a ser preso em Madri, capital da Espanha, no dia 28 de junho, mas foi solto no dia seguinte. Segundo sua defesa, ele “compareceu espontaneamente” ante as autoridades policiais e jurisdicionais para prestar os esclarecimentos solicitados. Ele tem dupla nacionalidade e foi para a Espanha após deixar a varejista.
O ex-CEO da Americanas foi um dos alvos de mandados de prisão da operação da PF deflagrada no fim de junho, para apurar as suspeitas de fraude no rombo de R$ 25 bilhões reportados pela empresa em 2022. A ex-diretora Anna Christina Ramos Saicali também teve a prisão decretada e retornou de Portugal para o Brasil.
Segundo a defesa de Gutierres, “Miguel jamais participou ou teve conhecimento de qualquer fraude” e “vem colaborando com as autoridades, prestando os esclarecimentos devidos nos foros próprios”.
De acordo com investigações da PF e do MPF, o ex-CEO da varejista é suspeito de ter participado das fraudes no balanço da companhia “desde o seu planejamento até a publicação dos resultados”.
A PF afirmou, em seu pedido de prisões e buscas e apreensões contra ex-executivos da Americanas, que a cúpula da empresa não “media esforços para enganar o mercado financeiro” por meio de fraudes contábeis que escondiam os resultados negativos da varejista e garantiam lucros aos seus diretores.