Montadoras pararam oito vezes no primeiro trimestre de 2023
Produção total de veículos cresceu 8% entre janeiro e março deste ano em relação a 2022, mas a de carros pesados caiu 30% no mesmo período
atualizado
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A produção de veículos no primeiro trimestre deste ano atingiu 538 mil unidades no Brasil. O número representou um crescimento de 8% em relação ao mesmo período do ano passado, mas ficou 50 mil automóveis (pouco mais de 9%) abaixo dos níveis da pré-pandemia. Para os carros pesados, como caminhões e ônibus, houve redução de cerca de 30% no volume de produção. Os dados foram divulgados nesta segunda-feira (10/4) pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea).
Chama a atenção o fato de o setor ter registrado oito paralisações de fábricas e dois cancelamentos de turnos nos primeiros três meses de 2023. “É algo semelhante às paradas verificadas no início de 2022”, diz Márcio de Lima Leite, presidente da Anfavea. “A diferença é que, no ano passado, o motivo era somente a falta de componentes. Agora, já há outros fatores provocando férias coletivas, como o resfriamento da demanda.”
As vendas acumuladas no trimestre foram de 472 mil unidades. Houve crescimento de 16,3% sobre o mesmo período do ano passado. De acordo com a Anfavea, tal volume “poderia indicar sinais de recuperação, mas, na verdade, a base de 2022 é muito baixa”.
Em relação aos dados anteriores à pandemia, a defasagem é superior a 20%. “A fotografia do momento seria pior se não fossem as boas vendas para locadoras em março, 28% do total. Essas empresas ainda têm uma considerável demanda reprimida, mas isso não vai sustentar nossos volumes por tanto tempo caso não haja uma reação mais forte no varejo, o que depende de melhorias nas condições de financiamento, entre outras medidas para reaquecer o mercado”, afirma Leite.