Mesmo em crise, Americanas anuncia abertura de 7 mil vagas no Natal
Devem ser recrutados 7 mil profissionais temporários, para atuar nas mais de 1,6 mil lojas físicas da Americanas em todo o país
atualizado
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Em processo de recuperação judicial e enfrentando a maior crise de sua história desde janeiro, quando veio à tona um rombo contábil bilionário em seus balanços financeiros, a Americanas anunciou que abrirá 7 mil novas vagas para suas lojas neste fim de ano.
De acordo com a varejista, o foco será a temporada de Natal e o objetivo é aumentar as vendas no fim do ano. Devem ser recrutados cerca de 7 mil profissionais temporários para atuar nas mais de 1,6 mil lojas físicas da rede em todo o país.
Os interessados a se candidatarem para as vagas abertas pela Americanas podem fazer sua inscrição por meio do site da companhia. Segundo a empresa, grande parte desse contingente de novos colaboradores deve ser formada por jovens em busca do primeiro emprego – é necessário ter 18 anos ou mais e ensino médio completo. O salário não foi informado.
Ainda de acordo com a Americanas, os novos contratados serão submetidos a um processo de treinamento e integração nas unidades de trabalho.
Em 2023, estimativas apontam que a Americanas fechou pelo menos 120 lojas em todo o Brasil.
“Apostamos na fortaleza do nosso canal físico e entendemos que precisamos reforçar a operação de fim de ano para atender com qualidade e eficiência os nossos clientes”, afirma o vice-presidente de Gente e Gestão da Americanas, Leonardo Ferreira, em nota.
“Com as contratações temporárias, oferecemos para esses profissionais a chance de aprendizado e desenvolvimento profissional em uma das maiores operações de varejo do país”, completou o executivo.
Acordo com credores
No fim de novembro, a Americanas informou ter concluído um acordo com um grupo de credores. As negociações ocorriam desde março. A conclusão do processo abre espaço para o avanço da recuperação judicial da companhia, iniciada em janeiro deste ano.
Entre os grandes bancos para os quais a varejista deve, o único que ficou fora do novo compromisso foi o Safra. As demais instituições financeiras que assinaram o documento detêm cerca de 35% da dívida total da empresa.
Por meio do acordo, tecnicamente chamado de PSA (sigla do inglês “Plan Support Agreement”), os bancos se comprometem a dar o aval ao plano que será votado na assembleia geral de credores (AGC), agendada pela companhia para o dia 19 de dezembro, em primeira chamada.
Balanço da Americanas
Em meados de novembro, a Americanas divulgou seus balanços financeiros referentes a 2021 e 2022.
Em 2021, a varejista reportou um prejuízo de R$ 6,237 bilhões, revisando o resultado anunciado anteriormente, que indicava um lucro líquido de R$ 544 milhões.
Em 2022, a Americanas também ficou no vermelho, com um prejuízo de R$ 12,912 bilhões. Com os resultados revisados, a companhia registrou um aumento de 104% nas perdas entre 2021 e 2022.
De acordo com a Americanas, o desempenho é consequência do fraco resultado operacional, além de alta despesa financeira e lançamentos extraordinários.
A fraude contábil que veio à tona em janeiro e mergulhou a Americanas na maior crise de sua história foi de R$ 25,2 bilhões, de acordo com informações divulgadas pela varejista.
O montante é superior ao divulgado em janeiro, quando as “inconsistências contábeis” eram estimadas em cerca de R$ 20 bilhões.
O CEO da Americanas, Leonardo Coelho Pereira, afirmou a investidores que os resultados obtidos pela varejista estão abaixo do que seria desejável, mas são “compatíveis com a realidade”.