Focus: mercado sobe estimativa do dólar para os próximos anos
Dólar abriu em alta de 0,9% nesta segunda (23/12). Relatório Focus subiu estimativa para a cotação do dólar em 2025, 2026 e 2027
atualizado
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O relatório Focus divulgado pelo Banco Central nesta segunda-feira (23/12) ajusta para cima as estimativas de cotação do dólar para este ano e para os seguintes: 2025, 2026 e 2027. A mediana de 2024 teve um ajuste de R$ 5,99 para R$ 6,00. Para 2025, subiu de R$ 5,85 para R$ 5,90 entre uma semana e outra. Para 2026, foi de R$ 5,80 para R$ 5,84. Para 2027, foi de R$ 5,70 para R$ 5,80.
O dólar abriu em alta nesta segunda. Pouco depois das 9 horas, ele chegou a ser cotado a R$ 6,13. A seguir, à 9h10, oscilou até R$ 6,12, em elevação de 0,82%, até subir a R$ 6,15, numa arrancada de 1,28%. Na sexta-feira (20/12), recuou 0,81%, a R$ 6,07, na segunda queda seguida. Na quinta-feira (19/12), porém, havia batido um novo recorde nominal, atingindo R$ 6,30 durante o pregão.
O Focus também alterou as estimativas par o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) EM 2025, que saiu de 4,60% e foi para 4,84%, enquanto para 2027 saiu de 3,66% e foi para 3,80% (para 2026, ficou inalterado em 4%).
Oscilação da moeda
A última semana foi marcada por uma forte oscilação da moeda americana e pela quebra de recordes. Depois de o dólar chegar a R$ 6,30 na quinta-feira (19/12), o Banco Central colocou US$ 8 bilhões em leilão para esfriar os ânimos do mercado. A moeda recuou e fechou aos R$ 6,12. Na sexta-feira (20/12) foram colocados à venda mais US$ 7 bilhões. A moeda americana terminou a semana com alta de 1,06%.
Em pouco mais de uma semana, foram leiloados quase US$ 28 bilhões. No ano, o dólar tem alta de 25%. O Ibovespa, principal índice da bolsa, fechou em alta de 0,75%, aos 122.102 pontos. No ano, o índice registra um recuo de 9%.
Toda essa variação chegou a ser classificada como um ataque especulatório do mercado pelo Ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT). Como pano de fundo estava a expectativa do mercado a respeito da aprovação do pacote de cortes do governo. Na sexta-feira, o pacote fiscal que visa equilibrar as contas públicas foi aprovado.
O pacote, no entanto, foi desidratado por deputados e senadores, o que causa impacto no valor da economia com o pacote de gastos. Inicialmente, o governo previa poupar R$ 375 bilhões em 5 anos
Setor externo
Em nota à imprensa, o Banco Central também divulgou nesta segunda as estatísticas do setor externo. A balança comercial de bens registrou superávit de US$ 6,3 bilhões em novembro de 2024, ante superávit de US$ 8 bilhões em novembro de 2023. As exportações de bens totalizaram US$ 28,2 bilhões, aumento de 0,4%, e as importações de bens totalizaram US$ 21,9 bilhões, aumento de 8,9%.
Os investimentos diretos no país (IDP) somaram ingressos líquidos de US$ 7 bilhões em novembro de 2024, ante US$ 6,7 bilhões em novembro de 2023. No mês, houve ingressos líquidos de US$ 6,9 bilhões em participação no capital e de US$ 64 milhões em operações intercompanhia.
As reservas internacionais somaram US$ 363 bilhões em novembro de 2024, redução de US$ 3,1 bilhões em relação ao mês anterior. Contribuíram para reduzir o estoque de reservas a concessão de linhas com recompra, US$ 4 bilhões, e as variações por paridades, US$ 1,5 bilhão.