Mercedes-Benz negocia a suspensão de contratos de trabalhadores em MG
Mercedes-Benz informa que medida é necessária devido à queda nas vendas. Parte dos funcionários da empresa já está em férias coletivas
atualizado
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A direção da Mercedes-Benz do Brasil negocia com os trabalhadores da unidade de Juiz de Fora (MG) a suspensão do contrato de trabalho dos colaboradores da fábrica de caminhões. A ideia é que, por até dois meses, os funcionários fiquem afastados de suas funções ou tenham as horas de trabalho reduzidas, com a promessa de que retornarão às condições normais no futuro.
Segundo a subsidiária da montadora alemã, a medida tem o objetivo reduzir os prejuízos com a forte queda nas vendas de veículos automotores no Brasil. Além disso, a empresa aponta os altos juros praticados no país e a dificuldades na concessão de financiamento entre os motivos da atual crise na companhia.
A montadora alemã acrescentou que, desde o dia 3 de abril, parte dos trabalhadores da unidade de Juiz de Fora está em férias coletivas, enquanto outra parte atua em regime de horas semanais reduzidas. O mesmo cenário é a realidade de outra unidade da Mercedes, a de São Bernardo do Campo (SP).
Trata-se de mais um capítulo na crise do setor automobilístico brasileiro, que se arrasta desde a pandemia de Covid-19, com a falta de componentes elétricos e eletrônicos, a exemplo do chips fornecidos por empresas estrangeiras.
A fábrica da Mercedes em Juiz de Fora, que antes produzia carros da marca, recebeu investimento de R$ 450 milhões. A unidade passou a produzir apenas caminhões, com a montagem dos modelos Actros e Accelo.
No total, a companhia tem três fábricas no Brasil: em São Bernardo do Campo, Juiz de Fora e em Campinas. Na América Latina, a Mercedes mantém outras duas unidades para montar caminhões, uma na Argentina e outra na Colômbia.