Mercado considera positivos dados sobre inflação de abril, do IPCA-15
Indicador teve alta de 0,57%, mas elevação foi menor do que a observada em março, quando alcançou 0,69%
atualizado
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Agentes de mercado receberam com relativo otimismo o resultado do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), considerado a prévia da inflação oficial do país. O indicador apresentou uma alta de 0,57%, em abril, segundo dados divulgados nesta quarta-feira (26/4) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Com isso, o IPCA-15 desacelerou na comparação com março, quando havia anotado alta de 0,69%. Ele acumulou 4,16%, em 12 meses, a primeira vez que fica abaixo de 5% desde fevereiro de 2021 nesse tipo de comparação.
Na avaliação de Juliano Ferreira, economista-chefe da BGC Liquidez, o resultado foi melhor do que o esperado. “Nossa expectativa era de 0,63%”, diz. Ela levava em conta um avanço maior do que o ocorrido, por exemplo, em relação aos preços administrados. A elevação foi de 1,41%, ante uma projeção da mediana do mercado de 1,49% e de 1,60% para a BGC.
Para Amabile Ferrazoli, economista da Tenax Capital, o destaque do índice ficou com o tema alimentação. “O dado chama a atenção pela sazonalidade do indicador”, diz. “Abril é o mês com a maior média sazonal de altas de preços de alimentação e verificamos uma variação negativa de 0,15%.”
Ela destaca, contudo, que a inflação de serviços é mais resiliente. “Observar em que patamar a inflação dessa parte do índice consegue se estabilizar é importante para entendermos o quanto a política monetária ainda terá de trabalho”, afirma, observando: “A desinflação desse grupo de itens deverá acontecer em dois estágios: a primeira já aconteceu, com reajuste de preços relativos na economia. A segunda, mais custosa, fruto do efeito de aperto monetário na economia, é a que está em curso”.
No IPCA-15 de abril, a inflação de serviços marcou 0,51%, o que em termos anualizados ajustados pela sazonalidade apontou uma variação de 6,3%, vindo de 5,5% no mês passado. “Em 12 meses, ainda temos uma inflação de 7,4% nesse importante grupo”, diz Amabile.