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“Medidas de Haddad focam demais na arrecadação”, avalia economista

Para especialistas, ações deveriam mirar no corte de despesas. Outras iniciativas também dependem da solução de impasses jurídicos

atualizado

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Breno Esaki/Especial Metrópoles
Futuro Ministro da Fazenda do governo Lula, Fernando Haddad, fala com jornalistas em coletiva de imprensa no CCBB - metrópoles
1 de 1 Futuro Ministro da Fazenda do governo Lula, Fernando Haddad, fala com jornalistas em coletiva de imprensa no CCBB - metrópoles - Foto: Breno Esaki/Especial Metrópoles

Para o economista Fabrício Silvestre, da TC Matrix, as medidas anunciadas na tarde desta quinta-feira (12/1) pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, ao lado das ministras do Planejamento, Simone Tebet, e da Gestão, Esther Dweck, focam muito na arrecadação e pouco no corte de despesas. “Dessa forma, ficam sujeitas ao desempenho da economia, algo que não está só nas mãos do governo” diz.

Para o economista-chefe da Ativa Investimentos, Étore Sanchez, outro problema das ações é a dependência da solução de imbróglios jurídicos complexos. A primeira delas diz respeito à “retirada de PIS/Cofins sobre receita financeira e o aproveitamento de crédito do ICMS”, nota. “Mas ambas são passíveis de judicialização e, somadas, dariam R$ 34,4 bilhões.”

Para Sanchez, foram definidas poucas fontes que garantem recursos concretos para o governo. “Do que foi listado, pelo grau de certeza, há uma elevação na receita de R$ 36,4 bilhões”, nota Sanchez. “E na esteira da aprovação da PEC de Transição, Haddad sinaliza para outros R$ 23 bilhões com ativos do PIS/PASEP de beneficiários que não solicitaram esses recursos.”

Sanchez acrescenta que Haddad trabalha com a meta de déficit entre 0,5% e 1,0% do PIB, o que representaria, de acordo com o ministro, algo entre R$ 90 bilhões e 100 bilhões. “Por enquanto nossa perspectiva é de que o déficit primário do governo geral de R$ 133 bilhões, o que equivale a 1,24% do PIB.”

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