McKinsey aceita pagar US$ 78 milhões para encerrar caso sobre opioides
Acordo foi feito com empresas de saúde dos EUA, que acusam a consultoria de ter atuado com laboratórios para promover a venda da droga
atualizado
Compartilhar notícia
A consultoria McKinsey, uma das maiores do mundo nesse setor, concordou em pagar US$ 78 milhões em um acordo feito com seguradoras e fundos de saúde dos Estados Unidos. Essas companhias haviam formulado queixas sobre a atuação da empresa na crise de dependência de opioides entre americanos.
De acordo com a Reuters, os termos do compromisso foram apresentados na sexta-feira (29/12), no tribunal federal de São Francisco. O documento ainda precisa ser validado pela Justiça.
As empresas da área de saúde argumentaram que a McKinsey atuou ao lado de laboratórios com o objetivo de criar táticas de marketing e vendas, para superar as reservas de médicos em relação a essas drogas, altamente viciantes. Na lista de farmacêuticas, estava a Purdue Pharma, fabricante do OxyContin.
As seguradoras observaram que tais ações as forçaram a pagar por opioides, em vez de medicamentos mais seguros, não viciantes e de baixo custo, como analgésicos de venda livre. Elas também afirmaram que tiveram de bancar o tratamento das pessoas que ficaram viciadas nos opioides.
Como consequência do mesmo problema, a McKinsey já havia fechado um acordo para pagar US$ 641,5 milhões para resolver reclamações de procuradores-gerais estaduais. Isso além de outros US$ 230 milhões para solucionar queixas de governos locais.
Milhares de mortes
Quase 645 mil pessoas morreram nos Estados Unidos devido a overdoses envolvendo opioides, tanto prescritos quanto ilícitos, de 1999 a 2021, de acordo com dados dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA.
A McKinsey não admitiu irregularidades. Em comunicado, a empresa informou que continua acreditando que seu trabalho foi legal e acrescentou que o objetivo do acordo é evitar litígios prolongados. A consultoria afirmou ainda que parou de aconselhar clientes sobre negócios relacionados a opioides desde 2019.