Marfrig emite R$ 500 milhões em títulos de dívida e dispara na Bolsa
No início da tarde desta terça-feira (7/11), os papéis da Marfrig avançavam 2,73%, negociados a R$ 7,52. Na véspera, alta foi de 8,61%
atualizado
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A Marfrig, segunda maior produtora de carne bovina do mundo e líder na produção de hambúrgueres, anunciou, na noite de segunda-feira (6/11), uma emissão de debêntures no valor de R$ 500 milhões.
De acordo com a companhia, a emissão foi aprovada, por unanimidade, pelo Conselho de Administração.
Debêntures são títulos de dívida emitidos pelas empresas para a captação de recursos. Debenturistas são os detentores desses títulos.
Os títulos podem ser adquiridos tanto por pessoas físicas quanto por empresas, que recebem juros com valores e periodicidade definidos na compra.
A rentabilidade depende de fatores como o risco de crédito da empresa emissora – quanto maior o risco do negócio, maior tende a ser a rentabilidade oferecida.
Segundo o comunicado da Marfrig, “os recursos líquidos captados pela companhia por meio das debêntures serão utilizados para capital de giro da gestão ordinária dos negócios da companhia”. A data da emissão ainda não foi definida.
No primeiro pregão da semana, as ações da Marfrig fecharam em forte alta de 8,61%, uma das maiores do dia. Assim como concorrentes do setor, a empresa foi beneficiada por anúncios do governo da China sobre novos investimentos na economia local. O país asiático é um dos maiores consumidores de proteína animal produzida pelos frigoríficos do Brasil.
No início da tarde desta terça-feira (7/11), os papéis da Marfrig avançavam 2,73%, negociados a R$ 7,52. No acumulado do ano, a queda é de 9,51%.
Marfrig-Minerva, um negócio bilionário
No fim de agosto, a Minerva anunciou a compra de 16 unidades de abate e desossa de bovinos e ovinos da Marfrig.
De acordo com analistas, especialistas no setor do agronegócio e agentes do mercado ouvidos pela reportagem do Metrópoles, a Minerva busca incrementar as exportações de carne bovina in natura, enquanto a Marfrig pretende deixar de ser vista apenas como frigorífico, para assumir uma posição de empresa de alimentos focada em itens de maior valor agregado, como hambúrgueres e produtos da BRF.
Essa estratégia, que vem sendo delineada pelo menos desde 2018, foi impulsionada nos últimos meses. Em julho deste ano, a Marfrig aumentou sua posição acionária na BRF com uma oferta de ações de R$ 5,4 bilhões. Com a operação, a BRF passou a ter dois acionistas com uma participação combinada de mais de 50% do capital – a Marfrig e o fundo saudita Salic.
No caso da Marfrig, além de um reposicionamento no mercado, um dos objetivos principais com a operação é reduzir a alavancagem financeira – ou seja, diminuir a dívida. A alavancagem é o uso de determinados recursos para aproveitar oportunidades de multiplicar os resultados. Em linhas gerais, ela funciona como um limite de crédito, possibilitando investimentos de valores maiores do que se tem em conta, o que gera endividamento.
Em setembro, a BRF anunciou que a Marfrig aumentou sua participação na companhia que é dona das marcas Sadia e Perdigão. A empresa passou a deter 673,8 milhões de papéis da BRF, entre ações ordinárias e American Depositary Receipts (ADRs), que são certificados emitidos no exterior que representam ações de uma companhia. Isso equivale a 40,05% do total das ações de emissão da BRF.