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“Má notícia”, diz economista americano sobre alta de empregos nos EUA

Mohamed El-Erian, presidente do Queen’s College em Cambridge e conselheiro econômico-chefe da Allianz, projeta novo aumento de juros nos EUA

atualizado

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Imagem de Mohamed El-Erian, presidente do Queen’s College em Cambridge e conselheiro econômico-chefe da Allianz, sentado em uma poltrona vermelha, falando ao microfone. Ele veste um terno escuro, camisa branca e gravata verde, e tem cabelos grisalhos - Metrópoles
1 de 1 Imagem de Mohamed El-Erian, presidente do Queen’s College em Cambridge e conselheiro econômico-chefe da Allianz, sentado em uma poltrona vermelha, falando ao microfone. Ele veste um terno escuro, camisa branca e gravata verde, e tem cabelos grisalhos - Metrópoles - Foto: null

O desempenho muito acima das expectativas do mercado de trabalho dos Estados Unidos em setembro não será bem recebido pelo Federal Reserve (Fed, o Banco Central americano) e pode ser uma má notícia para a maior economia do mundo, com o possível aumento da taxa de juros no país.

A avaliação foi feita pelo economista americano Mohamed El-Erian, presidente do Queen’s College em Cambridge e conselheiro econômico-chefe da Allianz, registra a Bloomberg.

Segundo El-Erian, “alguma coisa vai quebrar” na economia dos EUA diante desse aquecimento inesperado do mercado de trabalho no país.

“O Fed não vai receber bem esse relatório. É uma má notícia para os mercados e para o Fed. No longo prazo, isso também pode acabar sendo uma má notícia para a economia”, afirmou o economista.

Segundo o relatório oficial de emprego (o “payroll”) dos EUA, divulgado pelo Departamento do Trabalho do governo americano, o país criou 336 mil novas vagas fora do setor agrícola em setembro, muito acima do esperado.

Analistas temem que uma aceleração do mercado de trabalho nos EUA leve a um novo aperto da política monetária pelo Fed. Nesse sentido, a criação de vagas muito acima das expectativas é interpretada como uma notícia que pode ser negativa.

Na última reunião do Comitê de Política Monetária do Fed, a taxa de juros foi mantida no patamar de 5,25% a 5,5% ao ano – a maior em 22 anos. Nas últimas 13 reuniões do Fomc, houve elevação dos juros em 11 e manutenção da taxa em duas.

A elevação da taxa de juros é o principal instrumento dos bancos centrais para desaquecer a atividade econômica, além de combater a inflação.

“Esta é uma economia que se acostumou a taxas de juros ridiculamente baixas e a injeções de liquidez. A mudança de regime está acontecendo muito rápido”, afirmou El Erian.

Para o economista, os dados de emprego de setembro “trazem de volta às mesa um aumento da taxa de juros para novembro”.

“Quando você fica para trás logo no início de um ciclo de inflação, você paga o preço quando chega ao final”, concluiu.

Semana marcada por dados de emprego

Os dados do “payroll” americano vinham sendo aguardados com muita expectativa pelo mercado, em uma semana marcada por outros dados de emprego confliantes entre si.

Na terça-feira (3/10), o relatório “Job Openings and Labor Turnover Survey” (Jolts), divulgado pelo Departamento do Trabalho do governo americano, mostrou que houve uma alta de 690 mil vagas de trabalho em aberto em relação a julho, para 9,61 milhões.

As vagas em aberto são as posições disponíveis dentro das empresas que os empregadores buscam preencher por meio de contratações. Para participar do relatório Jolts, os empregadores recebem um formulário no qual informam o número de vagas em aberto na empresa no último dia útil do mês, além do número de contratações e demissões no período.

Em tese, portanto, o aumento na quantidade de vagas em aberto indica que as empresas pretendem aumentar suas contratações.

Na quarta-feira (4/10), dados divulgados pelo ADP Research Institute, em parceria com o Stanford Digital Economy Lab mostraram que a maior economia do mundo gerou 89 mil vagas no setor privado, um resultado muito inferior ao verificado em agosto (180 mil).

Os números mais importantes da semana, no entanto, eram mesmo os do “payroll”, que reúne dados dos setores público e privado.

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