Luiza Trajano cobra Campos Neto por juro alto: “Muita gente quebrada”
A empresária Luiza Trajano, do Magazine Luiza, pediu ao presidente do Banco Central que dê “um sinal” sobre a queda da taxa básica de juros
atualizado
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A empresária Luiza Trajano, presidente do Conselho de Administração do Magazine Luiza, aumentou o coro pela queda da taxa básica de juros (Selic) e cobrou diretamente o presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto. O assunto se tornou um dos mais comentados no Twitter.
Ao participar de um seminário promovido pelo Instituto para Desenvolvimento do Varejo (IDV), ao lado de Campos Neto, na segunda-feira (12/6), Trajano fez um alerta. Segundo ela, se a Selic não baixar, pode haver uma quebradeira em diversos setores da economia brasileira.
“A nossa realidade é diferente. O varejo puxa tudo, a indústria, a construção… Estamos tendo excesso de produto, as indústrias não têm onde colocar. Nem sempre esse remédio amargo resolveu a inflação”, disse a empresária, referindo-se à taxa de juros.
“Se estou defendendo (a queda da Selic), é pela pequena e média empresa. Queria lhe pedir, por favor, para dar um sinal de baixar esses juros”, completou Trajano, dirigindo-se a Campos Neto.
“Sem um sinal, não vamos aguentar. Quantas lojas já foram fechadas? Quantas pessoas já foram mandadas embora? A desigualdade social é muito grande. É o emprego que salva as pessoas. Queria lhe pedir, em nome dos brasileiros, para dar um sinal. E não é de 0,25 ponto percentual, que é muito pouco. Precisamos de mais”, afirmou Trajano.
Campos Neto, então, tomou a palavra e respondeu que voltaria ao evento dos varejistas em 2024. “Até lá, a avaliação, olhando em retrospectiva, vai ter sido positiva”, disse o chefe da autoridade monetária. Luiza Trajano rebateu: “Vai ter muita gente quebrada”.
Campos Neto pede “paciência”
Como noticiado pelo Metrópoles, Campos Neto pediu “paciência” aos empresários e disse que as revisões para baixo das estimativas de inflação no Brasil abrem espaço para que o BC inicie o corte da taxa de juros, hoje em 13,75% ao ano. Entretanto, segundo Campos Neto, nenhuma atitude precipitada será tomada.
“Entendendo a insatisfação com os juros, mas é preciso ter paciência. Entendo que as empresas estão sentido muito, algumas mais que outras, e vamos fazer uma força para atingirmos um ambiente de estabilidade para todos o mais rápido possível, mas fazer isso de forma artificial não alcançará o resultado esperado”, afirmou o presidente do BC.