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Light pode desistir de recuperação judicial, diz colunista

Plano de recuperação judicial da Light não foi bem recebido pelo Grupo de Debenturistas da Light Sesa, composto por credores da companhia

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Imagem com funcionários da Light trabalhando. Ai fundo, logotipo da empresa em uma parede verde.
1 de 1 Imagem com funcionários da Light trabalhando. Ai fundo, logotipo da empresa em uma parede verde. - Foto: Divulgação/Light

Em meio a um impasse com credores, a Light pode desistir de seu processo de recuperação judicial.

Em reunião realizada na segunda-feira (4/9), o Conselho de Administração da empresa decidiu dar início às discussões de um plano que acelere o fim do período sob proteção judicial. As informações são do jornalista Lauro Jardim, colunista de O Globo.

A mudança na estratégia da empresa estaria relacionada à urgência para atingir as condições necessárias para a renovação da concessão da Light Sesa, distribuidora de energia do grupo no Rio de Janeiro. O contrato vence em 2026.

Para receber a chancela da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e do Ministério de Minas e Energia, é necessário dar garantias de sustentabilidade financeira da operação. Em uma recuperação judicial, algumas amarras burocráticas poderiam atrapalhar o processo.

Como noticiado pelo Metrópoles, o plano de recuperação judicial da Light não foi bem recebido pelo Grupo de Debenturistas da Light Sesa, composto por credores da companhia de energia.

Em julho, os credores afirmaram que “a lei proíbe as concessionárias de energia elétrica de se submeterem a uma recuperação judicial na forma pretendida pelo Grupo Light”.

O grupo diz representar mais de 3 milhões de investidores pessoa física, que teriam emprestado, por meio de fundos de investimentos ou diretamente, “R$ 5 bilhões para a melhoria dos serviços de fornecimento de energia elétrica no Rio de Janeiro”.

Segundo o grupo, o plano apresentado pela Light à Justiça “transfere riqueza ao acionista, o que é ilegal, imoral e injusto”.

“Não há justificativa de proteger qualquer credor, inclusive pessoas físicas, pois restaram outros mais de 3 milhões reféns desse ato ilegal”, diz uma nota divulgada pelo grupo de credores.

De acordo com o texto, o plano de recuperação judicial defendido pela Light “inviabilizaria de forma permanente a capacidade do Grupo Light de se financiar no mercado, além de representar relevante incerteza sobre as diretrizes que regem os financiamentos de todo o setor elétrico brasileiro”.

As negociações entre a Light e os credores passaram a ser lideradas pelo novo conselho da empresa, eleito em julho, com formação indicada pelo empresário Nelson Tanure, principal acionista da companhia. Segundo O Globo, Tanure tem conduzido pessoalmente as conversas.

Light em crise

A Light tem uma dívida total estimada em R$ 11 bilhões. A empresa distribui energia para 31 cidades do estado do Rio de Janeiro.

O pedido de recuperação judicial, aceito pela Justiça, foi apresentado pela holding Light S.A., e não pela distribuidora Light Serviços de Eletricidade S.A. Segundo a legislação, concessionárias de serviços públicos de energia não podem recorrer à recuperação judicial ou extrajudicial.

A recuperação judicial é um processo que permite às organizações renegociarem suas dívidas, com o objetivo de evitar o encerramento das atividades, as demissões e a falta de pagamento aos funcionários.

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