Lançado em 1993, “carro popular” custaria R$ 80 mil hoje
A estimativa foi feita pela Anfavea. Reedição do projeto criado nos anos 1990 está sendo discutida por empresas do setor e pelo governo
atualizado
Compartilhar notícia
O programa do “carro popular” foi criado em 1993, durante o governo de Itamar Franco (1992-1995). Se atualizado apenas pela inflação, hoje, o preço desses automóveis atingiria R$ 80 mil. A estimativa foi divulgada nesta segunda-feira (10/4) pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea). “E esses carros não tinham nem sequer retrovisor do lado direito”, diz Márcio Lima Leite, presidente da Anfavea.
O eventual relançamento do carro popular está em discussão entre algumas montadoras e o governo federal. Para essas empresas, os modelos com preços mais acessíveis poderiam estimular o consumo de veículos, cujo patamar atual está aquém das expectativas do setor.
No primeiro trimestre deste ano, a produção de veículos cresceu 8% em relação ao mesmo período do ano passado, mas ainda não retomou o mesmo nível da pré-pandemia. Entre janeiro e março, oito fábricas pararam suas linhas de montagem e dois turnos de trabalho foram cancelados nessas indústrias.
Para a Anfavea, a redução da demanda é resultado de entraves que incluem a queda de renda da população e os juros altos praticados nos financiamentos. Agora, a questão é como tornar “popular” o preço de veículos. Hoje, os carros mais baratos comercializados no país são o Renault Kwid, vendido por R$ 68,2 mil, e o Fiat Mobi, por R$ 69 mil. A ideia, porém, seria chegar a um valor entre R$ 45 mil e R$ 50 mil.
Leite, da Anfavea, observou que a entidade não entrará diretamente nesse debate, uma vez que a discussão sobre o relançamento dos “populares” não inclui todo o setor, mas apenas algumas montadoras interessadas no projeto.