“Lamentável e gravíssimo”, diz presidente da CVM sobre caso Americanas
João Pedro Nascimento, presidente da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), disse que órgão montou força-tarefa para investigar a Americanas
atualizado
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O caso Americanas, que pode se confirmar como a maior fraude corporativa do mercado brasileiro, foi classificado como “lamentável” e “gravíssimo” pelo presidente da Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
Em evento organizado pelo banco BTG Pactual na manhã desta quarta-feira (14/2), João Pedro Nascimento foi questionado sobre a atuação da autarquia frente ao rombo contábil de R$ 20 bilhões identificado no balanço de resultados da Americanas.
“Constituímos uma força-tarefa para lidar com o assunto (o caso Americanas). É um assunto lamentável, classificado internamente como gravíssimo, e a CVM não vai poupar esforços para identificar cada um dos responsáveis pelos acontecimentos”, afirmou o presidente da CVM.
Ele disse que as áreas técnicas estão trabalhando para conduzir os trabalhos de forma responsável, sem antecipar culpados, mas que o caso revelou um problema na estrutura de “pesos e contrapesos” do mercado.
“O conselho de administração (de uma empresa) supervisiona a diretoria. Os auditores externos supervisionam os agentes econômicos internos. O comitê de auditoria supervisiona um segmento específico do próprio conselho e da diretoria”, listou Nascimento, para explicar o que seria um sistema saudável de governança.
O presidente da CVM disse que ele, assim como outros membros do colegiado da autarquia, não pode acompanhar as investigações, pois cabe a esse colegiado julgar os processos conduzidos pelas áreas técnicas.
“Não vamos poupar quem tenha cometido ilícitos capazes de fragilizar o mercado de capitais”, finalizou.
O BTG Pactual é um dos maiores credores da Americanas e está em litígio com a empresa.