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Kroll quer acesso “in loco” a sistema de contabilidade da Americanas

Consultoria de risco Kroll apura circunstâncias da fraude que deixou o rombo bilionário na Lojas Americanas

atualizado

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Fachada de unidade da Lojas Americanas; perícia sobre empresa é feita pela agência Kroll - Metrópoles
1 de 1 Fachada de unidade da Lojas Americanas; perícia sobre empresa é feita pela agência Kroll - Metrópoles - Foto: Divulgação

São Paulo – A consultoria de risco Kroll pediu à Justiça para acessar “in loco” o sistema de contabilidade e outros documentos para a perícia sobre as eventuais responsabilidades sobre a fraude que levou a Lojas Americanas a um rombo contábil de mais de R$ 20 bilhões.

O requerimento foi feito no âmbito de um processo de produção de provas movido pelo Bradesco em que a Justiça de São Paulo autorizou a quebra de sigilo de e-mails e outros documentos internos da varejista. A juíza Andréa Galhardo Palma, da 2ª Vara Empresarial de São Paulo, pediu para que o Bradesco e a Americanas se manifestem a respeito do pedido.

Como mostrou o Metrópoles, a Kroll já tem em mãos 1 terabyte de dados da Americanas, o equivalente a 6,5 milhões de documentos em formatos de páginas do Word (ferramenta de texto da Microsoft) ou em PDF. Se fossem imagens, é o mesmo que 500 horas de vídeo em alta definição.

A Kroll, no entanto, afirma à Justiça que até setembro de 2013, quando a perícia foi suspensa para apurar um possível conflito de interesse na atuação da consultoria por proximidade com a banca de advogados que defende o Bradesco, diversos documentos importantes não haviam sido disponibilizados. O incidente foi rejeitado pela Justiça e a perícia retomada.

A consultoria relata que duas reuniões foram feitas na sede da Americanas em agosto, mas foram pouco úteis em razão da grande mudança no quadro de funcionários nas áreas financeira e contábil após janeiro deste ano, quando a crise estourou.

A Kroll afirma que os atuais responsáveis por essa área detém “pouco ou nenhum conhecimento” de processos e políticas da Americanas e que novas reuniões seriam inúteis. E, quer a obtenção prévia de “documentos contábil-financeiros para que se possa dar encaminhamento mais célere aos trabalhos”.

A documentação deve abranger o período de 2012 a 2022. Na lista de informações pedidas pela Kroll, estão servidores de arquivos que contenham planilhas de tesouraria, dados dos sistemas contábeis e financeiros, cadastro de fornecedores, usuários, balancetes, auditoria e o histórico de acessos a esses documentos.

A perícia inclui a entrada no sistema de Tecnologia de Informação da Americanas, se ele estiver preservado, e o pedido é para que a Justiça obrigue a rede a viabilizar que a Kroll acompanhe “in loco” a extração desses dados.

A perícia, como mostrou o Metrópoles, tem como objetivo identificar eventuais responsáveis e esclarecer como foi armada, dentro da empresa, a fraude contábil estimada em R$ 20 bilhões, a maior da história do país.

Informações iniciais indicaram que a falcatrua vinha se arrastando por um período de dez anos, daí a abrangência temporal da análise das mensagens eletrônicas.

A investigação alcança diretores e conselheiros desse período, o que inclui integrantes do grupo acionistas de referência Americanas, formado por Jorge Paulo Lemann, Carlos Alberto Sicupira e Marcel Telles.

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