Justiça homologa recuperação judicial da Coteminas
Pedido havia sido feito em maio, quando empresa declarou dívidas de R$ 2 bilhões. Situação da companhia teria se agravado desde a pandemia
atualizado
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A Justiça homologou, na quinta-feira (25/7), o pedido de recuperação judicial das empresas do Grupo Coteminas, dirigido por Josué Gomes da Silva, que também é presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).
O juiz Adilon Cláver de Resende, da 2ª Vara Empresarial de Belo Horizonte, em Minas, havia concedido parcialmente o pedido de tutela de urgência das empresas em maio. A medida permitiu a suspensão de cobranças de dívidas diante do vencimento antecipado de debêntures (títulos de crédito) emitidos pela empresa.
Para confirmar que o grupo tem condições de se reorganizar financeiramente, o juiz nomeou peritos que vão analisar os documentos apresentados na ação. No pedido, a Coteminas indicou dívidas superiores a R$ 2 bilhões.
De acordo com a empresa, o pedido foi motivado pelo vencimento antecipado de debêntures do Fundo de Investimentos Odernes, que solicitou acesso a ações da Ammo Varejo, controlada pelo grupo Coteminas, como garantia pelo não pagamento de dívidas.
Piora na pandemia
A companhia também afirmou que enfrentava uma combinação de fatores adversos que levaram a dificuldades financeiras desde o fim da pandemia. “Nesse contexto”, informou o fato relevante divulgado ao mercado, “com o objetivo de garantir a preservação das atividades empresariais e de ativos” a Coteminas solicitava a recuperação judicial, que englobou outras indústrias do grupo, caso da Springs Global, Santanense e Ammo Varejo.
Josué Gomes, que é filho do ex-vice-presidente José Alencar, falecido em 2011, licenciou-se da Fiesp em maio. Na ocasião, afirmou que se dedicaria ao processo de recuperação do Grupo Coteminas.