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Justiça confirma perícia em e-mails da cúpula da Americanas

Análise das mensagens, realizada pela empresa Kroll, havia sido suspensa a pedido da varejista. Juíza fez advertência à empresa

atualizado

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Fachada da loja Americanas em brasília após empresa ter um rombo e dívida de R$ 43 bilhões4
1 de 1 Fachada da loja Americanas em brasília após empresa ter um rombo e dívida de R$ 43 bilhões4 - Foto: Igo Estrela/Metrópoles

A Justiça rejeitou a tentativa de Americanas de suspender a perícia da empresa Kroll nos e-mails trocados pela cúpula da varejista nos últimos dez anos. A decisão foi tomada pela juíza Andréa Galhardo Palma, da 2ª Vara Regional de Competência Empresarial e de Conflitos Relacionados à Arbitragem. Ela determinou a retomada imediata da análise das mensagens eletrônicas.

A juíza, em um trecho duro da sentença, fez um alerta à varejista, advertindo-a: “Observa-se que não será tolerado pelo juízo novas tentativas de suspensão temerária, diante das diversas suspensões [das perícias] já ocorridas a pedido das Americanas, advertindo-se desde já das penas de litigância de má-fé e de ato atentatório à dignidade da Justiça.”

A análise das mensagens dos diretores e conselheiros da Americanas faz parte de uma ação de produção antecipada de provas, movida pelo Bradesco, por meio do escritório Warde Advogados. A Kroll foi nomeada pela Justiça para fazer a perícia do material.

O objetivo da varredura dos e-mails é obter detalhes da comunicação interna da empresa para estabelecer como a fraude contábil estimada em R$ 20 bilhões havia sido tramada na varejista – e quais seriam as pessoas envolvidas na falcatrua.

Em 13 de setembro, contudo, os advogados da varejista solicitaram a suspensão da análise. Para isso, alegaram que a Kroll mantinha uma parceria com o Warde Advogados, em um caso envolvendo a empresa de e-commerce Kabum, que mantém uma disputa judicial com o Magazine Luiza e o Itaú BBA.

O Warde Advogados e a Kroll contestaram a Americanas. Em documento enviado à  2ª Vara, a Kroll afirmou que “não tem e nunca teve qualquer tipo de parceria ou relacionamento com os patronos do Bradesco, o escritório Warde Advogados, para atuação em qualquer aspecto do litígio envolvendo os fundadores do Kabum e terceiras empresas”. A Kroll acrescentou que “não atuou em conjunto ou foi contratada” pelo escritório de advocacia “em relação a qualquer outro cliente ou caso”.

Por meio de nota, a Americanas informou:

“A Americanas respeita a decisão da Justiça e está avaliando os próximos passos a serem adotados. A companhia lamenta a posição do Bradesco de atuar destoando dos demais credores, que estão engajados na construção de um consenso ao plano de recuperação judicial da companhia, que tem como objetivo preservar dezenas de milhares de empregos e sua relevante função social.

“Em vez disso, a instituição financeira tem adotado uma estratégia jurídica que reverbera a defesa do ex-CEO Miguel Gutierrez, responsável por comandar a administração responsável pela fraude na Americanas. A companhia lembra ainda que o banco se opôs ao pagamento dos credores classes I e IV (dívidas trabalhistas e com micro e pequenos fornecedores) dificultando a produção de um efeito social relevante neste grupo de credores.

“A Americanas reitera que confia na competência de todas as autoridades envolvidas nas apurações e investigações, reforça que é a maior interessada no esclarecimento dos fatos e que irá responsabilizar judicialmente todos os envolvidos.”

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