Justiça autoriza financiamento de até R$ 2 bilhões da Americanas
Desse total, R$ 1 bilhão serão financiados pelos acionistas de referência da Americanas: Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Beto Sicupira
atualizado
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A Americanas obteve uma autorização da Justiça do Rio de Janeiro para que possa emitir até R$ 2 bilhões em debêntures na modalidade “debtor-in-possession” (DIP), destinada a empresas em recuperação judicial, com vencimento em até 24 meses. A decisão é do juiz Paulo Assed Estefan, da 4ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro.
Desse montante, pelo menos R$ 1 bilhão serão financiados pelos acionistas de referência da companhia – os bilionários Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira.
Debêntures são títulos de crédito emitidos por empresas e negociados no mercado de capitais. Têm funcionamento semelhante ao dos títulos públicos negociados no Tesouro Direto, mas, em vez de financiar o governo, quem compra debêntures empresta dinheiro para uma empresa.
A remuneração será equivalente ao custo médio de financiamento da Americanas antes do pedido de recuperação judicial: cerca de 128% do CDI (Certificado de Depósito Interbancário), um título de curtíssimo prazo emitido pelos bancos e também usado por instituições para captar recursos.
“O financiamento DIP tem como objetivo ajudar a Americanas a manter o curso normal de seus negócios, seu fluxo de caixa e reforçar sua liquidez”, informou a Americanas, em nota.
“Em conjunto com outras fontes de recursos que estão sendo exploradas pela companhia, incluindo a liberação de valores retidos por determinados credores, permitirá manter os investimentos em capital de giro e financiar obrigações como o pagamento a fornecedores, empregados e parceiros”, diz a empresa.
Afundada em dívidas estimadas em quase R$ 48 bilhões, com mais de 16 mil credores, a Americanas teve aprovado pela Justiça um pedido de recuperação judicial. Na semana passada, sindicatos ligados ao comércio fizeram um protesto em frente a uma loja da Americanas, cobrando respostas da empresa para a maior crise de sua história.