Juro do rotativo sobe depois de dois meses e atinge 421,3% ao ano
No parcelado, os juros passaram de 188,9% para 190,6% entre fevereiro e março. Taxa média em empréstimos também subiu para 40,5% ao ano
atualizado
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Os juros médios cobrados pelos bancos nas operações com cartão de crédito rotativo aumentaram de 411,9% ao ano, em fevereiro, para 421,3% ao ano, em março – o maior patamar desde dezembro de 2023, quando estavam em 442,1%. As informações constam do relatório de Estatísticas Monetárias e de Crédito, divulgado nesta sexta-feira (3/5) pelo Banco Central (BC).
A elevação registrada em março foi de 2,28% ou 9,4 pontos percentuais. Ela interrompeu uma sequência de dois meses seguidos de queda nos juros do rotativo, em janeiro e fevereiro de 2024.
Parcelado
No caso dos juros parcelado, a taxa passou de 188,9% para 190,6% ao ano entre fevereiro e março. Considerando o total dos juros no cartão de crédito, ou seja, com a soma do rotativo e do parcelado, a taxa passou de 85,1% para 87,0% nesse mesmo período.
Estabilidade
Os números divulgados pelo BC mostram uma relativa estabilidade nas concessões de novos empréstimos no rotativo do cartão de crédito. Em março, foram contratados R$ 29,7 bilhões nessa modalidade. O volume ficou próximo à média de 2022, de R$ 28,38 bilhões por mês, e de 2023, de R$ 30 bilhões por mês.
Em dezembro, o Conselho Monetário Nacional (CMN) limitou, a partir de 3 de janeiro, o valor total da dívida no crédito rotativo. Ela não pode mais superar 100% do débito original. Esse sistema é acionado por quem não consegue pagar o valor total da fatura do cartão na data do vencimento, mas não quer ficar inadimplente.
Juros bancários
Os dados divulgados pelo Banco Central mostram ainda que, em março, a taxa média de juros cobrada pelos bancos em operações com pessoas físicas e empresas aumentou 0,2 ponto percentual, para 40,5% ao ano. Esse também foi o maior nível registrado desde dezembro de 2023, quando estava em 40,8% ao ano.
Considerado o valor só de pessoas físicas, o juro médio foi maior, alcançando 53,4%. Nesse caso, o aumento foi de 0,8 ponto percentual em um mês.