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Juro do rotativo do cartão de crédito cai, mas segue nas alturas: 441%

Entre agosto e setembro, a taxa de juros do cartão de crédito recuou de 445,5% para 441,1% ao ano, uma queda de 4,4 pontos percentuais

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Homem com camisa quadriculada põe as mãos na cabeça, debruçado sobre uma mesa, de cabeça baixando, olhando para as contas a pagar, os cartões de crédito e uma calculadora - Metrópoles
1 de 1 Homem com camisa quadriculada põe as mãos na cabeça, debruçado sobre uma mesa, de cabeça baixando, olhando para as contas a pagar, os cartões de crédito e uma calculadora - Metrópoles - Foto: Getty Images

taxa de juros do cartão de crédito rotativo registrou queda em setembro deste ano, de acordo com dados divulgados nesta terça-feira (7/11) pelo Banco Central (BC).

Entre agosto e setembro, o índice recuou de 445,5% para 441,1% ao ano – uma queda de 4,4 pontos percentuais. Trata-se do menor nível desde julho (441,3% ao ano).

O rotativo do cartão de crédito é uma linha de crédito pré-aprovada no cartão. Ela é acionada por quem não pode pagar o valor total da fatura na data de vencimento. Em caso de inadimplência do cliente, o banco deve parcelar o saldo devedor ou oferecer outra forma de quitação da dívida, em condições mais vantajosas, em um prazo de 30 dias.

Segundo especialistas, o rotativo do cartão é a linha de crédito mais cara do mercado e deve ser evitada. De acordo com dados do BC, o rotativo do cartão de crédito é a linha com o maior nível de inadimplência.

“É uma anomalia muito grande uma taxa de juros que beira os 500%. Alguma coisa, de fato, precisa ser feita. Nesse sentido, a possibilidade de mudar ou até mesmo extinguir esse tipo de cobrança é bem-vinda”, afirma André Galhardo, consultor econômico da Remessa Online, em reportagem publicada pelo Metrópoles em agosto.

No mês passado, o BC sugeriu que o parcelado sem juros no cartão fosse limitado a 12 prestações. A ideia foi debatida durante uma reunião entre o presidente do BC, Roberto Campos Neto, e executivos, na qual o tema foi um novo modelo para o rotativo do cartão de crédito. O limite ao parcelamento sem juros no cartão teria impacto sobre essa modalidade.

Guerra entre bancos e varejo

Reportagem publicada em setembro pelo Metrópoles mostrou a queda de braço entre bancos e setores do comércio em torno do rotativo do cartão.

Enquanto os bancos condicionam alterações no rotativo a uma reformulação no modelo de parcelas oferecidas pelo varejo, empresas de maquininhas de cartão e setores do comércio alegam que limites ao parcelado derrubariam as vendas, o que afetaria, principalmente, pequenos e médios comerciantes.

Segundo os bancos, o uso do parcelado é incentivado pelas empresas de maquininhas, que oferecem pagamento antecipado aos varejistas em troca de taxas de desconto. Assim, as instituições financeiras têm de subir os juros no rotativo para compensar a falta de cobrança de taxa em longos parcelamentos. De acordo com o Instituto para o Desenvolvimento do Varejo (IDV), oito de cada 10 compras parceladas sem juros no Brasil são feitas em até seis vezes.

Um levantamento realizado pelo Centro de Estudos de Microfinanças e Inclusão Financeira da FGV (FGVcemif) dá a dimensão da importância do cartão de crédito para a economia do país. O volume de transações com cartão no Brasil, em relação ao Produto Interno Bruto (PIB), saltou de 2,6%, em 2012, para 5%, em 2022, índice superior ao registrado nos Estados Unidos (2,7%). Seis de cada 10 brasileiros utilizam cartão de crédito, acima da média de países ricos (51%).

Outras taxas

De acordo com o BC, a taxa de juros total do cartão de crédito recuou 0,1 ponto percentual, para 101,4% em setembro.

No cheque especial, os juros cobrados foram de 131,6%, ante 134,4% do mês anterior.

A taxa média de juros cobrada pelos bancos em operações com pessoas físicas e empresas recuou de 43,5% para 43,3% ao ano. É o menor patamar desde dezembro de 2022 (41,8% ao ano).

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