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Josué critica juros altos e pede redução de alíquota para indústria

Para Josué Gomes, presidente da Fiesp, taxa de juros chegou “a níveis absurdos com os quais é impossível fazer com que o Brasil cresça”

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O ministro da Economia, Fernando Haddad, fala em palestra na FIESP, em São Paulo. Ele conversa com Josué Gomes, sentado ao seu lado - Metrópoles
1 de 1 O ministro da Economia, Fernando Haddad, fala em palestra na FIESP, em São Paulo. Ele conversa com Josué Gomes, sentado ao seu lado - Metrópoles - Foto: Fábio Vieira/Metrópoles

O presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Josué Gomes da Silva, criticou as altas taxas de juros da economia brasileira – tanto a Selic (atualmente em 13,75% ao ano) quanto os spreads bancários.

Em reunião da diretoria da entidade que contou com a participação do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, convidado por Josué, o presidente da Fiesp disse que a taxa de juros chegou “a níveis absurdos com os quais é impossível fazer com que o Brasil cresça”.

“A preocupação enorme que nós temos é com a indústria de transformação no Brasil. Ela sempre foi locomotiva do crescimento brasileiro, entre 1940 e o fim dos anos 1980, e infelizmente parou de puxar o crescimento nacional”, afirmou Josué em seu pronunciamento na abertura da reunião.

“Nessas últimas quatro décadas, a indústria de transformação vem perdendo espaço na economia. E não foi porque o empresário industrial brasileiro não tenha coragem, disposição ou capacidade de trabalho. Infelizmente, o Brasil foi criando condições inóspitas para o crescimento da indústria de transformação”, prosseguiu o presidente da Fiesp. “Sem esse crescimento da indústria, o Brasil também deixou de crescer. Estamos há quatro décadas patinando.”

Além da crítica aos juros altos, Josué afirmou que a estrutura tributária brasileira “puniu a produção industrial no país”. “A indústria de transformação recolhe cerca de 30% dos tributos arrecadados no Brasil, tendo apenas 11% de participação no PIB. Esse é um fator que precisa ser corrigido urgentemente. Ele retira capacidade de geração de caixa livre para investimentos na indústria de transformação”, criticou.

“Nós aplaudimos a forma pela qual o senhor abraçou o tema da reforma tributária e também o combate às causas estruturais que nos levam a essa taxa de juros em um patamar tão mais alto do que os países com os quais nós competimos”, completou Josué.

Dirigindo-se a Haddad, Josué pediu uma redução na carga tributária para o setor. “Se o senhor decidir baixar as alíquotas da indústria de transformação, o senhor poderá obter sucesso e a indústria vai recuperar para o senhor, em dobro, qualquer potencial de perda de arrecadação”, disse o presidente da Fiesp.

Haddad, por sua vez, reiterou o compromisso do governo com a aprovação da reforma tributária ainda no primeiro semestre deste ano.

“Da mesma maneira que eu ouço de você para que o governo protagonize a reforma tributária com o Congreso, nós ouvimos isso dos 27 governadores. Todos, já desde o ano passado, já se manifestaram publicamente a favor da votação da reforma”, disse o ministro da Fazenda.

“Eu vejo uma enorme oportunidade se abrir mais uma vez, primeiro na agenda fiscal. Aprovar a reforma tributária e aprovar o arcabouço fiscal, que vai pacificar o Brasil em um front delicado”, concluiu Haddad.

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