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Josué contraria opositores e marca assembleia da Fiesp para janeiro

Presidente da Fiesp, Josué Gomes da Silva é alvo de sindicatos que querem seu impeachment; empresário foi convidado por Lula para ministério

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Em mais um capítulo da crise política na Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), o presidente da entidade, Josué Gomes da Silva, publicou nesta quinta-feira (15/12) um edital no qual marca para o dia 16 de janeiro a assembleia extraordinária pedida por sindicatos patronais que fazem oposição ao atual comandante da federação.

O documento contraria o desejo dos opositores, que haviam convocado a assembleia para o dia 21 de dezembro.

Com a decisão, Josué tenta ganhar tempo para costurar uma solução para a crise na Fiesp. O empresário se reuniu com o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT), na tarde de quarta-feira (14/12), e foi convidado para assumir o Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. Ele pediu um tempo para pensar.

A ideia inicial dos representantes de 86 dos 106 sindicatos com poder de voto na Fiesp era a de convocar uma assembleia para o dia 12 de dezembro, mas não houve tempo hábil para viabilizar o encontro.

Oposição quer impeachment de Josué

A crise política na Fiesp foi deflagrada em outubro, quando membros de sindicatos (eram 78, na época) apresentaram um pedido de convocação de assembleia para tentar destituir Josué do cargo. Em reunião da diretoria no início de novembro, o presidente da Fiesp rechaçou a ofensiva, alegando que não havia elementos que justificassem a reunião.

O documento apresentado pelos sindicatos pedindo a assembleia enumerava 12 itens com justificativas para a convocação da assembleia. Entre os motivos apresentados, estavam contestações sobre nomeações de assessores de Josué, além de críticas pela divulgação da carta “em defesa da democracia” durante a campanha eleitoral.

As declarações de Josué durante a campanha, simpáticas à candidatura de Lula à Presidência da República, desagradaram a Paulo Skaf, ex-presidente da entidade (de 2004 a 2021) e apoiador do presidente Jair Bolsonaro (PL).

A decisão da Fiesp de divulgar uma carta “em defesa da democracia”, em agosto, foi considerada um erro por atrelar a instituição à candidatura do petista. Tanto que o documento teve apoio de apenas 14% dos sindicatos industriais.

Caso Josué Gomes seja destituído do cargo, o estatuto da Fiesp determina que assuma o primeiro vice-presidente. Atualmente, esse posto é ocupado por Rafael Cervone, que também preside o Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp).

Cotado para ministério

A proximidade com Lula fez com que Josué Gomes da Silva se tornasse um dos nomes mais cotados para assumir o Ministério da Indústria e Comércio Exterior.

Empresário da Coteminas, ele é filho de José Alencar (1931-2011), vice-presidente da República entre 2003 e 2010, nos dois governos de Lula.

Josué foi eleito presidente da Fiesp em julho do ano passado e assumiu o cargo em janeiro de 2022.

A candidatura de Josué ao comando da Fiesp teve o apoio de Skaf. Seu mandato à frente da entidade termina em 31 de dezembro de 2025.

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