“Joesley Day”: CVM conclui julgamento e absolve donos da JBS
Em maio, o órgão já havia formado maioria para absolver os empresários, mas o julgamento foi interrompido por um pedido de vista
atualizado
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A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) absolveu, na terça-feira (31/10), os irmãos Joesley e Wesley Batista, da família controladora da JBS, por suposta manipulação de mercado, uso de informação privilegiada e abuso de poder de controle.
Em maio, o órgão já havia formado maioria para absolver os empresários, mas o julgamento foi interrompido por um pedido de vista de um dos conselheiros da CVM.
Os empresários foram absolvidos das três acusações que lhes foram imputadas. Em uma delas, a decisão foi por unanimidade; nas outras duas, foram 4 votos a 1 pela absolvição.
Os processos foram abertos depois do episódio conhecido como “Joesley Day”. No dia 17 de maio de 2017, o colunista Lauro Jardim, de O Globo, divulgou que Joesley teria delatado o então presidente Michel Temer (MDB), o que gerou uma crise política e institucional no país.
No dia seguinte, com a divulgação das gravações de uma conversa entre Temer e Joesley (o empresário gravou o presidente), o Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores brasileira, registrou a maior derrocada em uma década. Naquele dia, o dólar teve a maior alta em 14 anos.
Segundo a acusação, que não prosperou no julgamento, os irmãos Batista teriam atuado no mercado sabendo dos potenciais efeitos da notícia sobre um acordo de delação premiada. Eles teriam lucrado indevidamente com a venda de mais de 36 milhões de ações da JBS.
Em nota divulgada quando a CVM formou maioria pela absolvição dos empresários, a J&F Investimentos afirmou que “a decisão desfaz uma injustiça, atesta o pleno funcionamento das instituições no Brasil e reafirma a integridade das operações dos executivos e empresas do grupo J&F no mercado financeiro”.