Itaú sobre plano da Americanas: “Não se negocia sem informação”
Credor de R$ 2,9 bilhões da Americanas, banco Itaú se une a outras instituições financeiras e se opõe a plano de recuperação judicial
atualizado
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Em mais um movimento de credores contra o plano de recuperação judicial da Lojas Americanas, o Itaú também apresentou duras objeções aos termos apresentados pela rede varejista à Justiça do Rio de Janeiro. O banco reclamou da falta de acesso a informações contábeis e das condições de pagamento “excessivas e onerosas”. O banco é credor de R$ 2,9 bilhões.
“Não se negocia sem informação. Não existe recuperação judicial sem informação. Os credores não conseguem votar em assembleia geral de credores sem ao menos obter acesso às informações econômico-financeiras do Grupo Americanas”, afirma o Itaú.
O banco afirmou que o “acesso às informações contábeis é essencial para que os credores possam fazer uma análise precisa da saúde financeira das empresas e determinar se as propostas apresentadas no Plano são viáveis e condizentes com a capacidade real de
pagamento das dívidas”.
O Itaú ainda disse que “as condições de pagamento propostas são consideradas excessivas e onerosas, com deságios e períodos de carência que exigem ampla negociação entre todos os credores”.
Com este pedido, o Itaú reforçou o time de bancos e outros credores insatisfeitos com o plano de recuperação judicial. Bradesco, Santander, e BTG, com os quais a empresa acumula R$ 11,8 bilhões em dívidas, também se opuseram por motivos semelhantes.
O plano de recuperação da Americanas, em linhas gerais, prevê aumento de capital de R$ 10 bilhões no curto prazo e outros potenciais aportes somente no futuro, sem data definida.
A Americanas está em recuperação judicial após a crise desencadeada em janeiro, quando foi descoberto um rombo contábil bilionário nos balanços da empresa. Recentemente, a companhia passou a chamar o caso de “fraude”.