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Itaú revê projeção, com inflação menor e juros em 12% no fim do ano

Analistas do banco cortaram de 12,25% para 12,0% a previsão para a Selic em 2023, enquanto projeção para IPCA saiu de 5,3% para 5,1%

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1 de 1 Imagem colorida mostra agência do Itaú e clientes em caixa eletrônico - Metrópoles - Foto: Andre Borges/Esp. Metrópoles

O Itaú revisou seu cenário macroeconômico projetado para o ano e cortou as estimativas de inflação e juros para 2023, conforme anunciou em relatório a clientes nesta segunda-feira (10/7).

O banco reduziu de 5,3% para 5,1% a projeção de inflação oficial. Apesar da revisão, o Itaú segue com projeção acima da mediana do mercado, que está em 4,95%. O teto da meta perseguida pelo Banco Central para o ano é de 4,75%.

Segundo analistas do Itaú, a mudança incorpora “o corte de preços da gasolina na refinaria anunciado em junho e inflação mais baixa de produtos industrializados”.

“O balanço de riscos para o ano segue assimétrico para baixo. Para 2024, mantemos nossa projeção em 4,4% com a inércia menor compensada pelos efeitos do mercado de trabalho ainda apertado”, escreveram os analistas em relatório.

Com a projeção mais amena de inflação, o banco também passou a projetar que a taxa básica de juros, a Selic, terminará 2023 em patamar abaixo do previsto anteriormente.

O Itaú cortou, de 12,25% para 12%, o patamar previsto da Selic no fim do ano. Para chegar lá, o Banco Central teria de cortar 1,75 ponto percentual (p.p.) até o fim do ano na taxa atual, de 13,75%.

Corte de 0,5 p.p. em setembro

O Itaú aposta em um primeiro corte de 0,25 ponto percentual na taxa de juros ocorrendo já na reunião de agosto do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central.

Depois disso, a expectativa é de cortes “sucessivos” de 0,50 p.p. a partir de setembro, com Selic chegando a 12% em 2023 e 9,5% em 2024.

Apesar das revisões, o Itaú reforça que o cenário para 2024 ainda demanda “cautela” nas projeções de inflação de médio prazo.

“A queda da inflação corrente e a melhora das expectativas após a manutenção da meta de inflação em 3% foram importantes, mas a resiliência da atividade econômica, a pouca ociosidade no mercado de trabalho, a manutenção da inflação e, principalmente dos seus núcleos, em patamar elevado, a perspectiva dos países desenvolvidos continuarem a subir juros e o desafio fiscal ainda significativo demandam cautela com as projeções de inflação de médio prazo e recomendam uma condução parcimoniosa da distensão monetária, com cortes graduais da taxa de juros”, diz o relatório do banco.

Nas outras frentes, a projeção de crescimento do Produto Interno Bruto em 2023 manteve-se em 2,3%, e de 1,5% para 2024. A taxa de desemprego esperada é de 8%, enquanto a projeção para o dólar é de cotação de R$ 5 em 2023 e de R$ 5,25 em 2024.

No cenário fiscal, o banco continua apostando em déficit primário de 1% em 2023 e de 0,8% em 2024, apesar da meta no marco fiscal de zerar o déficit no ano que vem.

“O arcabouço fiscal e as medidas complementares de recomposição das receitas reduzem riscos extremos, mas ainda há desafios de implementação significativos à frente”, diz o relatório sobre o cenário fiscal. No longo prazo, na outra ponta, a equipe do Itaú afirma que a regra fiscal pode ser incrementada com ganhos de produtividade gerados pela reforma tributária.

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