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IPCA: inflação desacelera em junho e surpreende analistas. Entenda

Mercado esperava taxa de 0,32%, mas ela ficou em 0,21%. No acumulado de 12 meses, previsão era de 4,39% e resultado foi de 4,23%

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O avanço de 0,21% registrado pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação oficial no Brasil, em junho, surpreendeu positivamente o mercado. Isso porque a mediana das projeções dos analistas era de elevação de 0,32%. O número foi divulgado nesta quarta-feira (10/7) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Com o bom resultado de junho, a inflação acumulada nos últimos 12 meses também foi menor do que a esperada. Ela ficou em 4,23%, contra previsão de 4,39%.

Na avaliação da Ativa Investimentos, o índice de junho “surpreendeu”, ficando aquém da mais baixa estimativa, que era de 0,25%. “Classificamos o índice como benigno, visto que os núcleos também nos surpreenderam para baixo, com a média em +0,23% e nossa projeção era de +0,32%”, afirmou a corretora, em análise depois da divulgação do indicador. 

Em tempo: os “núcleos” da inflação, como mencionado acima, medem a variação dos preços, excluindo seus itens mais voláteis – o que fornece um resultado considerado mais consistente sob o ponto de vista do comportamento no médio prazo. Para a corretora, o dado de junho mostrou ainda que o “processo desinflacionário está consistente, com efeitos para reduzir as perspectivas de altas na curva de juros”.

Desinflação robusta

Para Igor Cadilhac, economista do PicPay, a “melhora disseminada nos núcleos segue reforçando um cenário desinflacionário robusto no curto prazo”. Ele observa que, sob o ponto de vista dos juros, “reforçamos que o nosso desafio não é a inflação corrente, mas as expectativas à frente”.

Cadilhac acrescenta que aumentou a estimativa para a inflação em 2024 de 4,1% para 4,3%. O crescimento, destacou, reflete a elevação nos preços dos combustíveis, anunciada pela Petrobras na segunda-feira (8/7). “Além disso, temos observado uma resiliência na inflação dos serviços”, diz. “Ao mesmo tempo, os riscos fiscais e a desvalorização da moeda continuam no radar.”

“Boa notícia”

O economista André Braz, coordenador dos índices de preços do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV Ibre), define o número da inflação em junho como “uma boa notícia”. Disse o especialista: “As pressões inflacionárias de curto prazo cederam e justamente no ponto que a população de baixa renda sente mais: a alimentação”.

Ele observa que o resultado do IPCA veio do comportamento dos grupos de “Alimentação” e “Habitação”. Entre os nove setores de produtos e serviços pesquisados pelo IBGE, esses dois avançaram menos do que o previsto. 

Alimentos em baixa

“A alimentação com alta menor é uma pressão importante a menos na inflação”, afirmou Braz. “Dentro do grupo, existem algumas pressões em curso, com destaque para altas da batata, leite, café e arroz, itens de cesta-básica que pesam bastante. Mas outros produtos importantes, principalmente os vendidos em feiras livres, os alimentos in natura, tiveram queda no preço, o que possibilitou uma alta menor.”

Braz considera que, para os próximos meses, “é provável que essa desaceleração prossiga”. “A expectativa é que a alimentação suba cada vez menos ao longo dos próximos meses, por causa da sazonalidade, com período de oferta mais forte, principalmente para os alimentos in natura”, diz.

Desafios permanecem

O economista nota, porém, que ainda existem desafios no radar do comportamento dos preços no país. “Tivemos uma desvalorização cambial grande, aumento no preço da gasolina que vai impactar mês de julho, além de cenários de instabilidade tanto externa como interna que se mantém”, afirma. Por isso, avalia Braz, apesar do bom resultado do IPCA de junho, é provável que os juros no país ainda sejam mantidos no atual patamar de 10,50% pelo Banco Central (BC).

 

 

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