Intervenção política reduz atratividade de estatais, diz Goldman Sachs
Por isso, banco americano recomenda que investidores apostem em ações de companhias privadas que podem se beneficiar com a redução dos juros
atualizado
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Um relatório preparado pelo banco americano Goldman Sachs, e divulgado na sexta-feira (22/3), orienta que os investidores vendam ações e títulos de estatais e façam o contrário em relação a empresas do setor privado no Brasil.
Os especialistas da instituição financeira justificam a recomendação com base em fatores como o “aumento da intervenção governamental nas empresas estatais brasileiras”, que pode causar o rebaixamento na nota de crédito das companhias públicas. Tal prática, dizem os técnicos, “concentrou a atenção em um potencial prêmio político para as ações e o crédito brasileiros”.
No documento, os analistas Jolene Zhong, Nathan Fabius e Caesar Maasry observam que os acontecimentos recentes em torno da política de dividendos da Petrobras lembraram aos investidores casos passados de maior envolvimento do governo em empresas estatais.
Além disso, eles notam que as companhias públicas brasileiras estão negociando múltiplos historicamente mais elevados do que as firmas privadas. O trio de analistas observa ainda que, à medida que o ciclo de cortes das taxas de juros avance no Brasil e nos Estados Unidos, “as estatais podem ser superadas por pares do setor privado num ambiente de juros mais baixos, como foi o caso no passado”.
Diz o relatório: “Embora os fundamentos das empresas públicas pareçam sólidos, os múltiplos dispendiosos deixam-nas mais suscetíveis a uma potencial desvalorização no caso de nova intervenção governamental. Consequentemente, iniciamos uma recomendação comercial para operar comprados em empresas do setor privado e vendidos em companhias estatais brasileiras”.