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Interferência na Petrobras e imposto de exportação derrubam a Bolsa

Para amortecer o efeito da reoneração dos combustíveis, a Petrobras anunciou uma redução no preço da gasolina e diesel; ações caíram 4%

atualizado

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Terminal Terrestre da Petrobras em Brasília, armazena e distribui produtos derivados do petróleo - Metrópoles
1 de 1 Terminal Terrestre da Petrobras em Brasília, armazena e distribui produtos derivados do petróleo - Metrópoles - Foto: Igo Estrela/Metrópoles

O Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores brasileira (B3), recuou 0,74% nesta terça-feira (28/2), aos 104.931 pontos. No acumulado de fevereiro, a Bolsa recuou 7%, no seu pior mês desde junho de 2022.

O pregão do dia foi influenciado principalmente pelas ações do setor de petróleo. A Petrobras, segunda maior empresa da Bolsa, recuou 4%. Investidores reagiram de forma negativa à notícia de que a empresa vai reduzir os preços da gasolina e do diesel em 4% e 2%, respectivamente. A decisão foi vista como uma estratégia do governo para amenizar a alta decorrente da reoneração dos combustíveis. Ou seja, uma interferência na política de preços da Petrobras.

Hoje, o ministro Fernando Haddad, da Fazenda, confirmou a informação que já circulava nos meios de comunicação: a cobrança de impostos federais (Pis/Cofins e Cide) sobre a gasolina e o etanol voltará.

A reoneração será progressiva – ou seja, a recomposição dos tributos não será integral. Para o caso da gasolina, as alíquotas voltarão a ser 75% do que eram antes e para o etanol serão 21% do valor anterior. O impacto nas bombas seria de R$ 0,47, mas diante do corte feito pela Petrobras, o reajuste será menor, de R$ 0,34.

O problema é que, de acordo com cálculos de analistas, não havia espaço para um corte nos preços dos combustíveis. O banco BTG Pactual calcula que, até ontem, a Petrobras estava vendendo a gasolina no mercado doméstico a um preço 3% menor do que no mercado internacional. Com a redução de hoje, a defasagem será maior, o que tem um custo para o caixa da empresa.

Além do peso da defasagem de preços, a Petrobras ainda deverá pagar imposto para exportar o petróleo cru para o mercado externo. O tributo, que estava zerado, será de 9%. Segundo Haddad, o impacto da medida será de 1% sobre o lucro da Petrobras. Em números reais, a Petrobras deixará de lucrar algo como R$ 1 a R$ 2 bilhões, em razão do tributo.

A medida também alcançará outras empresas de petróleo brasileiras que vendem para o exterior. No dia, as ações da PetroRio e da 3R Petróleo caíram 9% e 7%, respectivamente.

O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, disse que o custo extra para a exportação pode ser um incentivo para o refino de petróleo no Brasil. No entanto, o petróleo produzido em solo nacional não é o melhor para a produção de combustíveis. Como o refino é mais caro, o Brasil opta por exportar o petróleo cru e importar parte da gasolina, diesel, querosene e outros combustíveis consumidos localmente.

Uma eventual interferência do governo na Petrobras para investir em refino é vista de forma negativa por investidores e especialistas.

Dólar

O dólar fechou a sessão desta terça em alta de 0,34%, negociado a R$ 5,225. Na cotação máxima do dia, a moeda americana foi a R$ 5,243. Na mínima, caiu para R$ 5,180.

Na véspera, a moeda encerrou o dia negociada a R$ 5,206, avançando 0,16%.

Com o resultado desta terça, o dólar acumulou alta de 3% no mês. No ano, entretanto, ainda tem queda de 1%.

 

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