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Insurgentes adiam assembleia para destituir presidente da Fiesp

Reunião marcada para esta quarta (21/12) foi redefinida para meados de janeiro, seguindo data sugerida pelo próprio líder da entidade

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Julia Moraes/Fiesp/Divulgação
Prédio da Fiesp na avenida Paulista
1 de 1 Prédio da Fiesp na avenida Paulista - Foto: Julia Moraes/Fiesp/Divulgação

Os sindicatos da indústria paulista que fazem oposição ao presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Josué Gomes da Silva, decidiram desmarcar a assembleia extraordinária do conselho de representantes da entidade, prevista para ocorrer nesta quarta-feira (21/12). No encontro, eles iriam discutir a permanência ou não de Silva no cargo.

O grupo decidiu aceitar a sugestão do próprio presidente da Fiesp, que marcou uma reunião para discutir o mesmo tema em 16 de janeiro.

A oposição na indústria paulista reúne representantes de 86 dos 106 sindicatos com poder de voto na Fiesp. Seus integrantes consideram que o novo encontro em 2023, cumpre os objetivos da primeira convocação e não há motivo para manter as duas assembleias.

Entenda a crise na Fiesp

A crise política na Fiesp foi deflagrada em outubro, quando membros de sindicatos (eram 78, à época) apresentaram um pedido de convocação de assembleia. Em reunião da diretoria no início de novembro, Silva rechaçou a ofensiva, alegando que não havia elementos que justificassem o encontro.

O documento apresentado pelos sindicatos de oposição, no entanto, enumerava 12 itens com justificativas para a convocação. Entre eles, havia contestações sobre nomeações de assessores de Silva, além de críticas pela divulgação da carta “em defesa da democracia” durante a campanha eleitoral.

As declarações de Silva durante a corrida eleitoral, interpretadas como simpáticas à candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) à Presidência da República, desagradaram o grupo ligado a Paulo Skaf, ex-presidente da entidade (de 2004 a 2021) e apoiador do presidente Jair Bolsonaro (PL).

A decisão da Fiesp de divulgar uma carta “em defesa da democracia”, em agosto, foi considerada um erro por atrelar o nome da instituição ao petista. O documento teve apoio de apenas 14% dos sindicatos industriais. Apesar de ter sido cogitado inicialmente como candidato a vice e depois como ministeriável de Lula, Silva jamais declarou o seu voto publicamente.

Na semana passada, o presidente da Fiesp recusou oficialmente o convite de Lula para ser ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC). No domingo, Silva embarcou para o exterior com a família, mas deve voltar a tempo de participar da assembleia extraordinária marcada para 16 de janeiro.

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