Inflação oficial na Argentina atinge mais de 100% em 12 meses
A Argentina registrou uma inflação acumulada de 102% entre fevereiro de 2022 e fevereiro de 2023, o maior índice desde 1991
atualizado
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Embora a hiperinflação seja um mal histórico na Argentina, uma geração inteira que nunca havia convivido com reajustes de preços tão elevados como os de aagora. Segundo o Instituto Nacional de Estatísticas e Censos da Argentina (Indec), a inflação acumulou alta de 102% entre fevereiro de 2021 e fevereiro de 2023.
Foi o maior índice inflacionário desde setembro de 1991. Somente no mês passado, o reajuste de preços foi de 6%. Para se ter ideia, a inflação brasileira acumulada ao longo de todo 2022 foi de pouco mais de 5%, e já foi suficiente para os consumidores sentirem o baque no bolso.
No país vizinho, os índices de preços estão sendo pressionados pelos alimentos. A carne bovina, um item tradicionalmente consumido pelas famílias, subiu 10% só no mês passado. Com isso, a população argentina tem feito mudanças nos hábitos de consumo, para sobreviver ao choque de preços atual.
Segundo dados do Indec, a pobreza atinge cerca de 40% da população da Argentina, e mais de um quarto dos lares vive abaixo da linha da pobreza.
O país renegociou a dívida com o Fundo Monetário Nacional (FMI) no ano passado e tem tomado medidas ineficazes de controle de preços para tentar reduzir os índices inflacionários. A renegociação com o FMI previa a manutenção da inflação perto do patamar de 50% ao ano, mas com o índice alcançando o dobro disso e em ano eleitoral, a promessa parece cada vez mais distante.