Inflação na Argentina desacelera, mas bate maior nível desde 1991
A inflação na Argentina subiu 6% em junho, chegando a acumulado de 115,6%. Dólar paralelo atingiu recorde no país nesta semana
atualizado
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A inflação na Argentina subiu 6% em junho na comparação com o mês anterior, segundo dados divulgados nesta quinta-feira (13/7) pelo Instituto Nacional de Estatística e Censos (Indec).
O resultado mensal mostrou desaceleração frente à inflação de maio, que havia sido de 7,8%. A inflação do mês também ficou abaixo do esperado pelo mercado, cujo consenso previa alta de 7,3%.
Apesar disso, a alta acumulada em 12 meses chegou a 115,6%, a inflação mais alta no país desde agosto de 1991.
A Argentina vive cenário de inflação persistente nos últimos anos, com incapacidade de pagar sua dívida externa e desvalorização do peso argentino em relação ao dólar.
A inflação segue persistente acima do patamar de 100% ao ano, apesar da taxa básica de juros ter chegado a mais de 90%.
Dólar paralelo atinge máxima histórica na Argentina
O preço do “dólar blue”, cotação paralela e que é encontrada nos mercados na prática, chegou a 512 pesos na quinta-feira, uma máxima histórica.
O país tenta, enquanto isso, renegociar com o Fundo Monetário Internacional (FMI) uma dívida de US$ 44 bilhões. Um porta-voz do FMI afirmou, também nesta quinta-feira, que segue negociando uma flexibilização no processo de reestruturação da dívida, mas que a situação é “difícil”.
A Argentina está às vésperas de suas eleições presidenciais, marcadas para 22 de outubro. O candidato do governo é o atual ministro da Economia, Sergio Massa, de centro-esquerda. Massa é do grupo político do atual presidente Alberto Fernández e da vice-presidente Cristina Kirchner, cuja popularidade vem caindo com a crise na economia do país.