Inflação medida pela FGV acelera em dezembro, mas fica negativa no ano
Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI) registrou variação de 0,64% em dezembro. Em 2023, houve deflação de 3,3%
atualizado
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O Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI), calculado pela Fundação Getulio Vargas (FGV), registrou variação de 0,64% em dezembro de 2023, na comparação com novembro. Os dados foram divulgados nesta sexta-feira (5/1).
Mesmo assim, o IGP-DI ainda acumulou uma deflação de 3,3% em 2023. Deflação é a queda generalizada de preços de produtos e serviços, de forma contínua.
Em dezembro de 2022, o índice teve variação de 0,31%. No acumulado de 12 meses até então, o IGP-DI estava em 5,03%.
Na base de comparação mensal, o indicador acelerou em relação aos 0,5% de novembro de 2023.
“O índice de preços ao produtor finalizou o ano com uma retração significativa de 5,92%. Entre as commodities alimentícias, as maiores influências para essa diminuição foram observadas na soja, com decréscimo de 21,68%, no milho, que caiu 27,54%, e nos bovinos, com queda de 13,58%. No que tange ao índice de preços ao consumidor, que registrou um aumento acumulado de 3,55% no ano, os itens que mais se destacaram foram a gasolina, com elevação de 11,54%, os planos de saúde, que subiram 10,16%, e o licenciamento de veículos (IPVA), com alta de 13,19%”, diz André Braz, coordenador dos Índices de Preços da FGV.
“Por outro lado, na construção civil, que viu seu índice aumentar 3,49%, o maior impacto foi da mão de obra, que apresentou um crescimento de 6,57% em 2023”, completa Braz.
IGP-DI
O IGP-DI capta o movimento geral de preços por meio de uma pesquisa realizada nas áreas de cobertura de cada componente durante o mês-calendário – ou seja, do primeiro ao último dia do mês de referência.
Nessa pesquisa, cobre-se todo o processo produtivo, desde preços de matérias-primas agrícolas e industriais, passando pelos preços de produtos intermediários e chegando até os de bens e serviços finais.
Além de indicador econômico, o IGP-DI é usado como referência para correções de preços e valores contratuais. Ele também é empregado no cálculo do Produto Interno Bruto (PIB) e das contas nacionais.