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Inflação, juros, emprego: o que pensam os brasileiros sobre a economia

Pesquisa da CNI mostra que 38% dos brasileiros veem situação da economia como ruim ou péssima. Mas 53% acreditam que ela melhore em 6 meses

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Mais da metade dos brasileiros (53%) acredita que a economia do país vai melhorar nos próximos seis meses. É o que mostra a pesquisa “Retratos da Sociedade Brasileira: Economia e População”, divulgada nesta terça-feira (24/10) pela Confederação Nacional da Indústria (CNI).

Ao avaliar a situação econômica do país, os entrevistados consideraram uma série de fatores, entre os quais a evolução dos preços, a taxa de juros, o desemprego e a pobreza.

De acordo com o levantamento, realizado pelo Instituto de Pesquisa em Reputação e Imagem (IPRI), 22% dos brasileiros apostam que a situação econômica deve piorar nos próximos seis meses, enquanto 21% dizem que tudo ficará igual.

Segundo a pesquisa da CNI, quase um quarto da população (24%) avalia a situação atual da economia como boa ou ótima. Para 36%, ela é regular, enquanto 38% afirmam que a situação é ruim ou péssima.

A pesquisa mostra, ainda, que 45% dos brasileiros entendem que a situação da economia é melhor hoje do que há seis meses. Para 13%, ela melhorou muito, enquanto 32% afirmam que melhorou um pouco.

Já entre aqueles que consideram o momento econômico atual ruim ou péssimo, 17% dizem que ele está melhor hoje do que no primeiro trimestre de 2023.

No recorte por regiões, de acordo com o levantamento, a melhor percepção sobre a economia brasileira vem do Nordeste: 32% dos entrevistados consideram o desempenho econômico bom ou ótimo – para 30%, ele é ruim ou péssimo. A pior avaliação é a do Sul, onde apenas 18% da população veem a economia como boa ou ótima e 43% dizem que ela é ruim ou péssima.

Inflação, taxa de juros e desemprego

A pesquisa da CNI também mediu a percepção dos brasileiros em relação ao aumento de preços, à taxa de juros, ao desemprego e à pobreza.

De acordo com o levantamento, 49% dos entrevistados têm a percepção de que o nível de preços dos produtos que eles consomem subiu. Outros 32% avaliam que houve recuo nos preços, enquanto 18% responderam que eles estão iguais aos registrados há seis meses.

Para 46% da população, a tendência é a de que os preços subam nos próximos seis meses, enquanto 29% esperam que a inflação caia.

Ainda segundo a pesquisa, 48% dos entrevistados afirmam que as taxas de juros sobre suas compras ou dívidas aumentaram nos últimos seis meses – apenas 9% dizem que houve redução. Para os próximos seis meses, 39% esperam um aumento nos juros de financiamentos pessoais e 24% apostam que os juros vão cair.

Em relação ao desemprego, um terço da população (33%) afirma que aumentou o índice de desocupação envolvendo pessoas próximas nos últimos seis meses. Para 41%, a situação permanece igual, enquanto 22% dizem que o desemprego diminuiu.

A expectativa de 30% dos entrevistados é a de que o desemprego aumente nos próximos seis meses. Outros 31% afirmam que ele deve cair.

A pesquisa também monitorou a avaliação das pessoas sobre o nível de pobreza em suas respectivas regiões. Para 32% dos entrevistados, ela aumentou nos últimos seis meses. Outros 49% afirmam que a pobreza permaneceu igual, enquanto 26% dizem que ela caiu.

Para os próximos seis meses, 29% dizem que a pobreza ao seu redor deve aumentar. Outros 29% acreditam que ela será menor.

Análise

Segundo o gerente de Análise Econômica da CNI, Marcelo Azevedo, a avaliação dos brasileiros sobre a economia tende a melhorar nos próximos meses.

“A avaliação atual da população sobre a economia brasileira é negativa. Trinta e oito por cento da população vê a situação atual da economia como ruim ou péssima, em um percentual que é maior do que aqueles que disseram que a situação é regular, boa ou ótima. Mas isso tende a mudar porque a avaliação da população sobre o futuro é positiva. Ou seja, é um cenário de uma avaliação negativa, por enquanto, mas que pode se tornar mais positiva no futuro”, avalia.

“A partir disso, as decisões dos consumidores em relação ao consumo ficam mais fáceis. A gente percebe esse problema acontecendo na indústria atualmente. Uma demanda muito baixa vem trazendo uma redução na produção, no emprego e nas decisões de investir”, prossegue Azevedo.

“À medida que o consumidor tem mais confiança na economia, ele se sente mais confortável a consumir, especialmente bens de maior valor. Isso tende a trazer resultados positivos para a economia como um todo.”

Para o presidente da CNI, Robson Braga de Andrade, “o crescimento econômico é essencial para aumentar a qualidade de vida da população”.

“A percepção mais positiva da população para os próximos seis meses é importante porque afeta as decisões de consumo. Mas o Brasil precisa de política industrial moderna, focada em inovação, e da reforma tributária, para atrair investimentos e crescer de forma sustentada”, diz.

A pesquisa

O IPRI entrevistou, presencialmente, 2.004 pessoas com 16 anos ou mais nos 26 estados do Brasil e mais o Distrito Federal. A pesquisa foi realizada entre os dias 14 e 19 de setembro de 2023.

A margem de erro do levantamento é de 2 pontos percentuais, para mais ou para menos. O intervalo de confiança é de 95%.

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