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“Inflação das férias” cai 10% com passagens mais baratas, diz FGV

Cesta de férias ficou 10,6% mais barata frente a junho de 2022, segundo cálculos do Ibre/FGV. Preço das passagens caiu 21% no período

atualizado

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Tiago Ghizoni/Diário Catarinense
Placas em aeroporto com pessageiros passando ao fundo - Metrópoles
1 de 1 Placas em aeroporto com pessageiros passando ao fundo - Metrópoles - Foto: Tiago Ghizoni/Diário Catarinense

Sair de férias na temporada de inverno deste ano está mais barato do que em 2022, segundo levantamento do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV Ibre).

Pesquisadores do Ibre calcularam que uma cesta de 21 produtos e serviços relacionados ao período de inverno ficaram 4,4% mais baratos nos últimos 12 meses, em média. Já os itens diretamente relacionados às férias caíram 10,63% desde junho passado.

Os itens fazem parte do Índice de Preços ao Consumidor (IPC), índice inflacionário medido pela mesma instituição.

A deflação na cesta de férias (com itens como hotel, cinema, shows e passagens) foi influenciada sobretudo pela queda de 21,13% no preço das passagens aéreas, diz o Ibre.

As passagens tiveram pico no ano passado com a alta dos combustíveis causada pela guerra na Ucrânia e a desvalorização do real frente ao dólar. Neste ano, porém, os custos de operação caíram com dólar e combustíveis mais baratos.

Em junho passado, registra o Ibre, a cesta de férias acumulava alta de 37,44% em 12 meses (muito acima da inflação geral, de 10,30% à época). O preço das passagens mais que dobrou entre as férias de inverno de 2021 e 2022.

“A exemplo da maioria dos setores na economia atualmente, os custos diretos (querosene de aviação, sobretudo, que depende de petróleo e dólar) estão em franca queda desde o final do ano passado”, disse em nota Matheus Peçanha, pesquisador do FGV Ibre.

Julho é período de férias escolares, o que costuma levar a aumento dos preços das passagens. Apesar disso, os bilhetes aéreos seguem mais baratos do que há um ano.

“Mesmo o fator sazonal, que tende a pressionar os preços nessa época do ano, não tem sido o suficiente para neutralizar o choque benéfico de custos”, disse Peçanha.

Hotel fica mais caro

Outros itens de férias tiveram aumentos frente a 2022. Hoteis e cinema subiram acima de 6%, enquanto o teatro subiu 4,07%.

Na outra ponta, alguns itens subiram abaixo da inflação no período, como show musical (1,57%) e excursão e tour (1,19%) — a inflação geral no IPC em 12 meses ficou em 2,23% até junho.

Bebidas quentes ficam mais baratas, agasalhos e remédios sobem

Na cesta geral de inverno, um dos destaques é a deflação em bebidas quentes, que ficaram 1,09% mais baratas. O vinho, no entanto, subiu (4,11% em 12 meses), enquanto o leite e o café em pó caíram de preço (0,53% e 4,07%, respectivamente).

Já os têxteis (como agasalhos e calças compridas) subiram 7,3% desde o ano passado, enquanto o grupo de medicamentos de inverno (como antigripais e vitaminas) subiram 6,71%.

 

 

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