Inflação anual na Argentina chega a 92,4%, a maior em três décadas
Ainda assim, o índice de novembro desacelerou em relação a outubro, ficando em 4,9%, ante alta de 6% esperada por analistas
atualizado
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A inflação anual na Argentina atingiu 92,4% em novembro, a maior em três décadas. Para dar uma ideia do que isso representa, basta dizer que, no Brasil, a taxa equivalente ficou em 5,90% para o mesmo período e é considerada mais do que preocupante.
É por isso que, para tentar conter esses surtos inflacionários, os juros básicos foram fixados em 13,75%, no Brasil. Em contrapartida, o Banco Central da Argentina subiu o mesmo índice de 69,5% para 75% ao ano, numa decisão anunciada em setembro.
Ainda assim, a inflação desacelerou entre os argentinos se considerado apenas o último mês. Ela ficou em 4,9%, registrando o décimo aumento consecutivo, segundo dados do Instituto Nacional de Estatística e Censos (Indec). A expectativa era que atingisse 6% em novembro. Em outubro, foi de 6,4%.
Para alguns especialistas, o número menor do que o esperado pode estar associado ao acordo de congelamento de preços, o “Precios Justos”, fechado entre o governo e representantes de diversos segmentos da economia do país.
As negociações foram conduzidas pelo superministro da Economia, Sergio Massa. Elas podem ter sido decisivas para reduzir a inflação dos alimentos da cesta básica, por exemplo, que ficou em 3,5% no último mês. Antes disso, a menor elevação nesse item havia sido de 4,4%, em maio.
Entre os setores que registraram maior alta, ficou a área de habitação, água, eletricidade, gás e outros combustíveis, com 8,7%. Esse percentual foi atribuído à segmentação das tarifas de eletricidade no país e à elevação do preço da água na região metropolitana de Buenos Aires.
Com os números registrados em novembro, parece estar afastada a possibilidade de a inflação anual na Argentina atingir 100% em 2022, como esperavam muitos analistas. Para que isso ocorresse, o índice de dezembro teria de ficar em torno de 8%, o que, agora, soa pouco provável na avaliação dos mesmos agentes de mercado.