metropoles.com

Inflação acelera em julho e fica acima do esperado pelo mercado

A inflação voltou a acelerar em julho e subiu 0,38% no mês. Segundo o IBGE, a alta foi devido ao aumento da gasolina e das passagens aéreas

atualizado

Compartilhar notícia

Hugo Barreto/Metrópoles
Carro abastecendo - Metrópoles
1 de 1 Carro abastecendo - Metrópoles - Foto: Hugo Barreto/Metrópoles

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação oficial do país, registrou uma alta de 0,38% nos preços em julho, puxado pelo aumento do valor da gasolina e das passagens aéreas.

O índice chegou a 4,5% no acumulado em 12 meses e ficou no teto da meta estabelecida pelo Banco Central – que é de 3%, podendo variar até 1,5 ponto percentual. As informações foram divulgadas nesta sexta-feira (9/8) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados, sete tiveram alta em julho. 

O maior impacto do mês veio do grupo Transportes, com alta de 1,82% e peso de 0,37 ponto percentual (p.p.) no índice geral. O produto que mais influenciou foi a gasolina, com alta de 3,15% no mês e impacto de 0,16 p.p. Em 8 de julho, a Petrobras anunciou reajuste de 7,11% no preço de gasolina para as distribuidoras. Foi o primeiro aumento da empresa em quase um ano, desde agosto de 2023. Além da gasolina, tiveram alta o etanol (5,90%) e o óleo diesel (1,03%).

A passagem aérea subiu 19,39% em julho, e peso de 0,11 p.p. no IPCA cheio. Outra contribuição para a alta do índice em julho veio das tarifas de energia elétrica residencial (1,93%).

Com isso, o país tem uma inflação acumulada de 4,50% em 12 meses e chega ao teto da meta definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). O resultado está acima das expectativas do mercado financeiro, que esperava aumento de 0,35% dos preços. No acumulado, era esperada alta de 4,47%.

Habitação

O resultado do grupo Habitação (0,77%) foi influenciado, principalmente, pela energia elétrica residencial (1,93% e 0,08 p.p.). Em julho, passou a vigorar a bandeira tarifária amarela, que acrescenta R$1,885 a cada 100 kwh consumidos. Além disso, houve redução média de -2,43% nas tarifas de uma das concessionárias de energia de São Paulo (0,98%), a partir de 4 de julho.

Ainda em Habitação, o recuo da taxa de água e esgoto (-0,02%) decorre dos seguintes reajustes tarifários: de 9,85% em Brasília (0,60%), a partir de 1º de junho; e redução média de -0,61% em São Paulo (-0,14%), a partir de 23 de julho. No subitem gás encanado (-0,04%), o resultado do Rio de Janeiro (-0,12%) decorre de apropriação residual da redução média de 1,75%, a partir de 1º de junho.

Alimentação

Os preços do grupo Alimentação e Bebidas recuaram 1,00% e foram responsáveis pelo impacto negativo mais intenso sobre o IPCA de julho (-0,22 p.p.). Dentro desse grupo, a alimentação no domicílio caiu 1,51% em julho. Segundo André Almeida, gerente do IPCA, o recuo de preços da alimentação no domicílio ocorreu após nove meses consecutivos de alta. O aumento da oferta de diversos produtos agrícolas contribuiu para a redução dos preços.

As principais quedas foram do tomate (-31,24%), da cenoura (-27,43%), cebola (-8,97%), batata inglesa (-7,48%) e das frutas (-2,84%). Já a alimentação fora do domicílio (0,39%) registrou variação próxima a do mês anterior (0,37%). O subitem lanche acelerou de 0,39% para 0,74%, enquanto a refeição desacelerou de 0,34% para 0,24%.

“É a maior queda mensal desde agosto de 2017, quando havia caído 1,07%. Os alimentos vinham puxando as altas nos últimos meses, mas ajudaram a controlar os preços neste mês”, diz André Almeida, gerente de pesquisa de IPCA.

Entre as 16 localidades onde o IBGE coleta preços para o cálculo do IPCA, as maiores altas de preços foram em São Luís e Rio Branco (0,53%, ambas), sob influência das altas da gasolina (5,78% e 2,43%, respectivamente). Os recuos na Alimentação no Domicílio, principalmente no Tomate, fizeram com que as regiões metropolitanas de Salvador e Aracaju tivessem as menores variações (0,18%).

O IPCA é calculado pelo IBGE desde 1980, se refere às famílias com rendimento monetário de 01 a 40 salários mínimos, qualquer que seja a fonte, e abrange dez regiões metropolitanas do país, além dos municípios de Goiânia, Campo Grande, Rio Branco, São Luís, Aracaju e de Brasília. Para o cálculo do índice do mês, foram comparados os preços coletados no período de 29 de junho a 29 de julho de 2024 (referência) com os preços vigentes no período de 30 de maio a 28 de junho de 2024 (base).

INPC estável

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor – INPC foi de 0,26% em julho, ficando 0,01 p.p. acima do resultado de junho (0,25%). No ano, o INPC acumula alta de 2,95% e, nos últimos 12 meses, de 4,06%, acima dos 3,70% observados nos 12 meses imediatamente anteriores. Em julho de 2023, a taxa havia sido de -0,09%.

Os produtos alimentícios caíram 0,95% em julho, após alta de 0,44% em junho. Por sua vez, a variação dos não alimentícios acelerou de 0,19% em junho para 0,65% em julho.

Quanto aos índices regionais, São Luís apresentou a maior variação (0,48%), devido à alta da gasolina (5,78%). Já a menor variação foi observada em Salvador (0,02%), causada pelo recuo do tomate (-22,31%).

Para o cálculo do índice do mês, foram comparados os preços coletados no período de 29 de junho a 29 de julho de 2024 (referência) com os preços vigentes no período de 30 de maio a 28 de junho de 2024 (base).

O INPC é calculado pelo IBGE desde 1979, refere-se às famílias com rendimento monetário de um a cinco salários mínimos, sendo o chefe assalariado, e abrange 10 regiões metropolitanas do país, além dos municípios de Goiânia, Campo Grande, Rio Branco, São Luís, Aracaju e Brasília.

Compartilhar notícia

Quais assuntos você deseja receber?

sino

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

sino

Mais opções no Google Chrome

2.

sino

Configurações

3.

Configurações do site

4.

sino

Notificações

5.

sino

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comNegócios

Você quer ficar por dentro das notícias de negócios e receber notificações em tempo real?