metropoles.com

RJ quer se tornar player relevante no mercado de fertilizantes

Duas fábricas de fertilizantes podem atrair mais de R$ 20 bi em investimentos e gerar mais de 10 mil empregos durante as obras no RJ

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
Vinicius Magalhaes/ Firjan
Presidente da Firjan, Luiz Césio Caetano
1 de 1 Presidente da Firjan, Luiz Césio Caetano - Foto: Vinicius Magalhaes/ Firjan

O estado do Rio de Janeiro está se preparando para brigar por uma fatia do mercado de fertilizantes. Hoje, o país conta com 33 plantas, sendo 13 delas localizadas em estados vizinhos, como Minas Gerais (7) e São Paulo (6). Ainda assim, o estado abriga ao menos 100 empresas que fazem parte da cadeia de valor de fertilizantes, entre pequenos produtores, comerciantes, importadores, exportadores e prestadores de serviços.

O Brasil enfrenta uma crítica dependência por fertilizantes importados. É o quarto maior consumidor (8% do consumo global), atrás de China, Índia e Estados Unidos. No entanto, é o maior importador. Hoje, quase 90% dos fertilizantes utilizados no Brasil são importados.

Na avaliação da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan) esta é a maior pauta de importação do Brasil. Com investimentos para produção de fertilizantes nitrogenados, a partir de uma fábrica de ureia, em Macaé, e uma planta de amônia verde e de hidrogênio verde, no Porto do Açu, em São João da Barra, mais a criação do Centro de Excelência em Fertilizantes e Nutrição de Plantas, a ser instalado no Parque Tecnológico da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), o estado pode dar um salto e mudar de patamar, se consolidando como um dos principais polos de produção de fertilizantes do país.

Para traçar um panorama do setor, a entidade lançou a publicação “Petroquímica e Fertilizantes no Rio de Janeiro 2024”, levantamento que tem como objetivo apresentar, de maneira estruturada, informações estratégicas sobre a indústria petroquímica e o potencial da indústria de fertilizantes.

“Recentemente, aqui na Firjan, a Petrobras divulgou o Plano de Negócios 2025-2029, anunciando investimentos de US$ 900 milhões no segmento de fertilizantes. Ela também assinou acordos com a empresa Yara Brasil, para ações no mesmo segmento. Em petroquímica, vai conduzir estudos para oportunidades de negócios em sinergia com o refino. São excelentes sinais para os segmentos de petroquímica e fertilizantes, beneficiados pelo status da produção de petróleo e gás, garantindo segurança ao sistema de oferta de energia firme e ampliando o potencial para o fornecimento de insumos a essas indústrias. A Firjan apoia a concretização dessas perspectivas”, afirma o presidente da entidade, Luiz Césio Caetano.

O interesse por desenvolver este mercado é evidente. Hoje, o país ocupa a quarta posição entre os maiores produtores de alimentos do mundo, ficando atrás de China, Estados Unidos e Índia e se destaca pela produção de grãos, sendo o segundo maior exportador global. Mas a dependência por fertilizantes acabou gerando um déficit de US$ 25 bilhões na balança comercial brasileira de 2022 e US$ 15 bilhões em 2023.

Emprego e desenvolvimento

Responsável por mais de 58% da oferta de gás natural no Brasil, maior fonte de matéria-prima para a produção de fertilizantes nitrogenados, o Rio de Janeiro reúne condições para se tornar um player potencial para o setor. Segundo levantamento da Firjan, apenas com a instalação de duas fábricas, o estado pode atrair mais de R$ 20 bilhões em investimentos, gerar mais de 10 mil empregos durante as obras e 1,3 mil empregos durante a fase de operação.

Em Macaé, uma das fábricas vai produzir 1,3 milhão de toneladas anuais de ureia, o principal fertilizante nitrogenado, atendendo a mais de 10% da demanda nacional e consumindo 3,2 milhões de metros cúbicos por dia de gás natural. A segunda unidade, para a produção de 900 mil toneladas anuais de metanol, vai atender a 50% da demanda nacional e consumir 2,7 milhões de metros cúbicos
diários de gás natural.

Há ainda a certeza de que o  início de operação do Projeto Integrado Rota 3, que poderá escoar até 18 milhões de metros cúbicos de gás natural por dia da Bacia de Santos para Itaboraí, na região metropolitana da capital, abastecendo o recém-inaugurado Complexo de Energias Boaventura, promoverá o aumento da atividade econômica no seu entorno.

Quando estiver totalmente concluído, o complexo terá capacidade de processar até 21 milhões de metros cúbicos de gás natural por dia, na maior Unidade de Processamento de Gás Natural (UPGN) do país. Além de possibilitar grande salto na oferta de gás natural para consumo energético, reduzindo a dependência de importações, pode viabilizar a implantação de duas novas termelétricas a gás, com capacidade de gerar 1.800 MW, e plantas para produção de cerca de 110 mil barris por dia de combustíveis e de lubrificantes.

Segundo a Firjan, a expectativa é que “no futuro, o estado pode solidificar sua posição como líder não apenas na produção tradicional desses produtos, mas também na inovação para uma economia de baixo carbono, com foco na sustentabilidade e na redução da
pegada ambiental, tornando-se um hub de produção energético-industrial com impacto global”, conclui o estudo.

Quais assuntos você deseja receber?

Ícone de sino para notificações

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

Ícone de ajustes do navegador

Mais opções no Google Chrome

2.

Ícone de configurações

Configurações

3.

Configurações do site

4.

Ícone de sino para notificações

Notificações

5.

Ícone de alternância ligado para notificações

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comNegócios

Você quer ficar por dentro das notícias de negócios e receber notificações em tempo real?