Produtor rural é comprometido com boas práticas de gestão, diz Fiesp
Monitor de Tendências do Agronegócio Brasileiro pode subsidiar o planejamento das indústrias do setor e ajudar a fomentar políticas públicas
atualizado
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Os produtores agropecuários do Brasil são comprometidos com as boas práticas de gestão, 45% deles já aplicam bioinsumos em toda área plantada, eles são jovens, com média de 45 anos, 44% têm ensino superior, 41% administram a propriedade sozinhos, e 66% financiaram a última safra. Estes e outros dados foram divulgados nesta sexta-feira (06/9) pelo departamento do Agronegócio da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).
Para realizar a pesquisa “Monitor de Tendências do Agronegócio Brasileiro” foram entrevistados 514 produtores rurais em todas as regiões do Brasil, de todos os portes, envolvidos nas principais atividades agropecuárias, para compreender suas tomadas de decisão relacionadas à aquisição de insumos e tecnologias, financiamento e seguro rural.
No tema inovação, os produtores rurais se definem majoritariamente como adotantes intermediários de novas tecnologias, mas 58% deles admitiram que só usam alguma tecnologia depois de observarem o uso por outros produtores. Apenas 20% deles disseram que se consideram pioneiros e estão acostumados a experimentar novas tecnologias.
Sobre a intenção de investimentos para a próxima safra, o produtor se mostrou cauteloso. Por exemplo, 71% deles disseram que vão manter os investimentos em sementes e 40% não pretendem investir em novas máquinas. O custo inicial elevado e o custo do crédito são os principais desafios enfrentados no setor para investir mais.
Crédito rural
Em relação ao crédito rural, por exemplo, os produtores disseram estar menos inclinados a captar recursos para financiar a próxima safra. O alto custo do crédito e a burocracia representam entraves significativos. Quanto à gestão de risco, a contratação do seguro rural está no radar de aproximadamente 40% dos entrevistados, enquanto 25% ainda se mostram indecisos. Como no caso do crédito, a maioria destaca o custo elevado da ferramenta como o principal entrave para aquisição.
Dos entrevistados, 66% afirmaram que já utilizam bioinsumos nas suas operações. No entanto, sua adoção em larga escala ainda encontra diversos desafios, especialmente no que se refere à viabilidade econômica e à falta de conhecimento técnico.
O alto custo de aquisição, dificuldade de aplicação e armazenamento dos produtos foram citados como obstáculos para maior uso dos bioinsumos. A pesquisa da Fiesp revelou ainda que, de forma geral, a qualidade do produto, o preço e a marca em que confiam se destacam como os três aspectos mais importantes, tanto na compra de insumos tradicionais, quanto na compra de bioinsumos.