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Produção industrial cai 0,5% em abril, após dois meses de alta

Segundo o IBGE, a indústria se encontra 0,1% abaixo do patamar pré-pandemia e à distância de 16,8% do nível recorde de maio de 2011

atualizado

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Indústria automotiva
1 de 1 Indústria automotiva - Foto: GettyImages

A produção industrial recuou 0,5% na passagem de março para abril, interrompendo dois meses consecutivos de crescimento, período em que acumulou expansão de 1%. Com o resultado, o setor ainda se encontra 0,1% abaixo do patamar pré-pandemia, em fevereiro de 2020, e 16,8% abaixo do nível recorde alcançado em maio de 2011. 

No acumulado do ano, porém, a indústria cresceu 3,5%. Na comparação com abril de 2023, houve avanço de 8,4%. Em 12 meses, o setor industrial acumula expansão de 1,5%. As informações são da Pesquisa Industrial Mensal (PIM), divulgadas nesta quarta-feira (5 / 6) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Apesar da taxa da indústria geral em abril estar no campo negativo, há uma predominância de resultados positivos, com três das quatro categorias econômicas e 18 dos de 25 ramos industriais mostrando expansão na produção.

Entre as atividades, a influência negativa mais importante veio das indústrias extrativas, que recuaram 3,4% em abril, após avanço de 0,4% em março. Outras contribuições negativas relevantes vieram de produtos alimentícios (-0,6%), de coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (-0,6%) e de equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (-2,6%).

“Entre os segmentos que mostram recuo na produção, há alguns com pesos importantes, como o setor extrativo, que recuou 3,4% nesse mês, devido à queda na produção tanto do minério de ferro como do petróleo”, diz André Macedo, gerente da Pesquisa Industrial Mensal.

Macedo observa que o setor de alimentos também teve queda de 0,6% em abril. Esses dois setores representam cerca de 30% da estrutura industrial. Isso sem falar de outras atividades importantes e que assinalaram taxas negativas em abril, caso dos derivados de petróleo e biocombustíveis e equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos.

 “Mesmo com poucas atividades mostrando recuo na produção, essas áreas, por conta de seus pesos, pressionam o total da indústria para o sinal negativo”, afirmou Macedo. 

Ele ressalta que o setor extrativo ainda tem um saldo positivo relevante nos últimos meses e está acima do patamar pré-pandemia. Assim, trata-se de um início de 2024 com menor intensidade, após um ano de 2023 caracterizado pelo crescimento do setor, impulsionado pela maior extração do minério de ferro e do petróleo.

“O setor de alimentos também teve bom desempenho em 2023. Em janeiro e fevereiro havia crescido, acumuladamente, 1,2%. Apesar da queda de 0,6% em abril, o saldo no ano ainda é positivo, e o setor está 6,9% acima do patamar pré-pandemia, em fevereiro de 2020”, diz o técnico. “Há quedas em alguns produtos importantes, como carne bovina, mas é tão somente um movimento específico para o mês de abril. No campo positivo, por exemplo, há crescimento em carnes de aves e de suínos e no açúcar.”

Setor automobilístico é destaque

No campo positivo, o destaque ficou com a indústria automobilística. Macedo ressalta que o segmento já vem acusando uma melhora do seu comportamento, à exceção do mês anterior, no qual houve um recuo de 4,6%. Mas, ao longo dos outros meses de 2024, houve alta de 4,4% em janeiro, 3,5% em fevereiro e agora, em abril, um avanço de dois dígitos, de 13,2%.

Macedo considera que há uma melhora na produção recente de automóveis, caminhões, autopeças e ônibus. E esse movimento está relacionado ao mercado doméstico, influenciado pelo comportamento positivo do mercado de trabalho, com o aumento de pessoas ocupadas e da massa de rendimentos, além da flexibilização da política monetária com redução da taxa de juros e a queda da inadimplência. 

“São fatores importantes e que devem ser considerados para entendermos o maior dinamismo na produção do setor de veículos automotores nos últimos meses”, diz o gerente da PMI. “Mas vale ressaltar que o setor ainda está abaixo do patamar pré-pandemia.”

Indústria avança 8,4% frente a abril de 2023 

Na comparação com o mesmo período de 2023, o setor industrial cresceu 8,4% em abril de 2024, com resultados positivos nas quatro grandes categorias econômicas, 22 dos 25 ramos, 68 dos 80 grupos e 70,3% dos 789 produtos pesquisados. Vale citar que abril de 2024 (22 dias) teve 4 dias úteis a mais do que mesmo mês do ano anterior, com 18 dias úteis.

No fechamento do primeiro quadrimestre, o setor industrial avançou 3,5%, ante queda de 1,0% em igual período de 2023. O último quadrimestre de 2023 registrou crescimento de 1,0%.

“O acumulado do ano, para além de se situar no campo positivo, mostra uma aceleração do movimento de crescimento que se dá de forma generalizada: bens de capital, associado a investimentos, crescendo; bens consumos avançando; bens intermediários, que concentra a matéria prima, também mostrando taxa positiva. Comparando o último quadrimestre de 2023 com o primeiro de 2024, podemos verificar esse maior dinamismo da produção industrial”, afirma Macedo.

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